quinta-feira, 28 de outubro de 2010

13º capitulo

Os anos passavam a correr, Abel nunca prometera a Fernanda uma relação sólida e duradoura, nem nunca prenunciara a palavra casamento nem união de facto.
Os dois iam aproveitando todos os momentos que tinham ou que a vida lhes proporcionassem, sem dramatismos, sem chantagens, sem obrigações de…
O pormenor filha estava acautelado, até porque esta era a legalmente a sua herdeira e também duma fortuna incalculável, fortuna por direito ao pai Abel, fruto do seu casamento com a filha do ex-presidente da instituição bancária.
Abel era por esta altura o rosto da presidência e toda a sua fortuna passaria mais tarde para Beatriz por direito legal.
Fernanda manteve a sua relação amorosa com Abel, alguns anos depois, Tobias em reunião de accionistas propôs a nomeação de Abel para a presidência do grupo, pelo que foi nomeado por maioria absoluta.
Muito teve em conta o seu passado como gestor e dinamizador de passivos por activos, na venda de produtos inovadores fazendo jus à sua gestão que captava lucros a todos os accionistas anualmente acima do previsto.
Com a chegada à presidência de Abel na instituição bancária, Fernanda, pensara que chegara o momento de ser compensada pelo amor e dedicação dados ao único homem e amor da sua vida.
Iria ocupar, finalmente o papel de esposa na vida de Abel, mas seus desejos e anseios se esfumaram.
Abel pega no telefone e liga, do outro lado responde uma voz feminina:
- Sim doutor!
- A Fernanda não se importa de chegar ao meu gabinete!
- Não Doutor. – É para já.
Fernanda é então chamada à presença do então presidente do grupo para lhe informar das decisões que estava a levar a cabo na instituição. Bate à porta:
- Posso entrar doutor?
- Sim. – Fecha a porta por favor Fernanda!
Abel olhou para Fernanda:
- Senta-te.
- Com licença!
Abel olhava para Fernanda, e colocava os olhar sobre os documentos que tinha em cima da secretária, parava e olhava outra vez para a mulher:
- Bem…
-Tenho aqui entre mãos um caso bicudo!
Fernanda sorriu, julgando que era uma das suas piadas secas, e responde:
- Bem o que é bicudo, também se torna chato…
- Claro que sim. É bastante chato o que tenho para te dizer Nanda.
- Nem sei como começar, mas o certo é que tenho que o fazer e dizer.
- Espero que compreendas a minha posição e não compliques a decisão final.
Fernanda, conhecedora do homem que tinha em sua frente, foi ombro confidente de muitos anos, sabia que vinha algo fora do anormal:
- Bem diz lá uma vez por todas o que está a inquietar?
- Tens razão, está bem vou direito ao assunto!
- Tenho duas propostas para te fazer!
-Uma má outra boa.
- Por qual queres que comece?
Fernanda respondeu:
- Começa pelas más notícias primeiro.
- Bem… há quantos anos estamos juntos?
- Não sei, talvez há dezoito anos!
- Mas porquê essa pergunta?
- Bem… é que… eu…
- Bem… resolvi…
Fernanda estava convencida, que finalmente Abel a pedia em casamento, tudo indicava no seu subconsciente que o embargo de voz trazia essa proposta, que, a levou a agarrar nas mãos e dizer que sim sem que este tivesse terminado a frase:
- Sim meu amor, eu aceito o teu pedido de casamento.
-Se soubesses o quanto desejei este dia!
Abel retira as mãos de entre as dela num safanão, ao mesmo tempo que se levanta da cadeira:
- Não… não, entendes-te mal…
- Não é isso que eu quero dizer.
Fernanda sentiu o coração a bater com tanta intensidade, parecia que ia explodir:
- Mas… eu pensei que…
- O meu Deus, o que estás para ai a engenhoca?
Abel andava de lado para lado sem saber como dizer, até que:
- Entre nós está tudo acabado.
- Hai, hai…
- Não podes estar a falar a sério, depois de tantos anos….
- Depois de tantas noites a tua cama aquecer…
-É desta forma educada que tratas-me?
Os dois mantiveram a conversação durante duas longas horas, até que a secretário limpou as lágrimas e regressou à realidade da vida.
- Eu nunca te pedi nada Nanda.
- Sabes que dentro do meu coração tens um lugar muito especial.
- Eu nunca deveria deixar este assunto se arrastar por este tempo todo.
- Perdoa-me eu ser sincero contigo.
- Ainda podes refazer a tua vida, ao meu lado é uma perda de tempo.
- E a nossa filha?
- Isto nada tem a ver com o bem-estar dela.
- Ela é e será sempre nossa filha, eu farei sempre como sempre fiz.
- Agora só falta mandares-me embora do emprego para veres-te livre de mim duma vez por todas.
Abel reponde frontalmente e olhos nos olhos:
- Engano teu, uma situação nada tem a ver com outra.
- Tu és uma excelente profissional.
- Como tal, a instituição premeia quem mais se dedica.
- Quem se entrega e veste a nossa camisola com amor.
Os minutos foram passando, muitos temas foram abordados, nada ficou por dizer, tudo esclarecido com os pontos nos is.
- Por tudo o que passamos alheado ao teu profissionalismo propôs em assembleia de accionistas o teu nome para gerir a dependência da Vila de Ribeira Dão.
- O que achas da proposta?
Fernanda pensou durante alguns minutos até que:
- Isso nada tem a ver com a anterior conversa?
- Claro que não!
- Uma coisa não interfere na outra!
- Tu conheces-me bem para saber quando digo as coisas de forma clara e sincera.
- Com assuntos destes não se pode brincar.
- Estaria a colocar o meu nome, a minha posição em causa para além da minha ética.
- Como seria eu visto aos olhos dos accionistas?
- Não posso ser incauto!
O tempo passava a correr, a conversa ia longa, finalmente Abel quis saber a opinião da então sua secretária:
- Então Nanda! – O que dizes da minha proposta?
A Fernanda olhava nos olhos do seu grande amor, o ardor do vidrado dos olhos faziam com que, mais algumas lágrimas caíssem pelo rosto abaixo, criando uma camada de resíduos multicolores provocados pela maquilhagem subtil que usava.
A resposta não poderia ser adiada e:
- Sim aceito. – Mas com uma condição!
Surpreendido Abel pergunta:
- Condição!
- Qual?
Fernanda segredou-lhe ao ouvido algumas palavras que:
- Não, não, não…
- Nunca, o farei é um objecto pessoal.
- Tem grande significado sentimental…
- Se for por isso…
-Podes então recusa o lugar.
- Eu nunca o farei!
Como Fernanda não conseguiu demover Abel sobre o que tinha segredado instantes antes, concluiu. Abel numa fracção de segundo abriu a porta do seu gabinete e:
- Pronto sem acordo, nada mais temos a dizer!
- Espera.
Dirigiu-se na sua direcção e fechou de novo a porta:
- Está bem.
- Se não queres, não posso obrigar.
- Aceito mesmo assim o lugar que me ofereces.
- Pois será uma honra poder ser útil em outro cargo na empresa.

sábado, 9 de outubro de 2010

HINO DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

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12º Capitulo


Alguns anos depois:

Beatriz prepara-se para mais um dia, este era sem dúvida diferente de tantos outros que vivera. Este dia para a jovem rapariga era muito especial, as suas expectativas em volto deste momento inédito.
A jovem passou a noite sem dormir, o seu desejo era tal, que ansiava pelo romper do dia, era tal forma que, as suas pálpebras não conseguiram permanecer coladas uma à outra mais que breves instantes.
Era o grande dia, por que tanto tinha ansiado o Verão inteiro!
As aulas, o seu primeiro dia de faculdade, a mesma que um dia seu pai frequentou com grande notoriedade, o nome de família permanece ainda hoje, lá na parede do hall de entrada.
Um enorme painel, onde todos os anos são colocados azulejos com o nome e a fotografia desenhado à mão, pelos alunos de design que pintam à mão, os futuros contemplados que concluíram com sucesso e distinção os respectivos cursos.
Fernanda, naquela manhã fez acompanhar a jovem, orgulhosa e radiante, não escondia a sua satisfação por finalmente a sua linda menina ir iniciar a faculdade.
No carro seguiam Fernanda ao volante, Beatriz e a sua amiga de infância, jovem que sempre a acompanhou desde a primária, esta nova etapa nas suas vidas era o culminar dum sonho antigo.
- Mãe, até que enfim chega este dia!
- Sim filha.
- Sonhei muitas vezes que estavas a entrar por aquela porta, onde um dia o teu pai também entrou.
- Sim mãe! – O teu sonho é finalmente a minha realização.
Dina que seguia na parte de trás do Toyota Corola de Fernanda:
- Deves sentires-te muito orgulhosa!
- Claro que sim Dina.
Respondia a jovem, quase em simultâneo.
- Deve ser muito gratificante e poder passar por um lugar onde o nome do pai permanece fixo e realçado de todos os outros!
Fernanda interrompia a conversa das duas jovens:
- Vá lá meninas, um nome. – È simplesmente um nome e o seu mito.
- O importante é que não te desvies do caminho que agora vais encetar.
- Não mãe! – O nome de meu pai é e será sempre um nome entre muitos…
- Talvez um dia o meu possa também permanecer em iguais circunstâncias…
As três desferiram uma gargalhada.
Naquele dia de sol molengão, chegavam jovens vindos de todos os cantos da cidade e zonas do país, em busca do mesmo sonho, como as duas jovens protagonista da história.
Enquanto as jovens seguiam o percurso na companhia de Fernanda, chegava também um jovem que dava nas vistas por onde passava, a sua elegância fisionómica.
O jovem detinha uma componente física, que ás jovem deixava um ai de:
- Que grande pão…
O jovem para além de ter um porte atlético impressionante, detinha uma beleza que herdara da mãe, a altura do pai. Alto louro e bonito era o namorado que qualquer jovem rapariga desejava ter como companheiro.
A azáfama era enorme, como acontece no primeiro dia de aulas por todo o lado, a faculdade de economia não fugia à regra. Era uma desenfreada corrida, como quem corre para um estádio de futebol, de um clube desportivo em busca do melhor lugar.
Muito havia para resolver, horário de cada disciplina, uma visita pelos lugares faculdade para que, todos conhecessem os cantos à casa. Casa que serviria à maior parte nos próximos três a cinco anos.
O pessoal docente que leccionava naquele estabelecimento de ensino apresentava um a um todos os que compunham cada turma. Beatriz e Dina ficaram na turma do jovem que tinha feito algum furor aquando a sua chegada.
O jovem humilde, educado, também muito reservado, era na biblioteca principal que passava a maior parte do tempo, nas pausas entre aulas e depois das mesmas. A sua forma de estar despertava muita curiosidade nos restantes alunos de turma, com o tempo até os outros achavam o mesmo.
Chegava sempre mais tarde à casa onde dormia e que partilhava com outros três alunos, de outras turmas.
O jovem fazia-se acompanhar por um outro amigo, que ostentavam raízes de infância, tinham sido criados no mesmo local e frequentado as mesmas escolas e colégios.
A sua formação Académica apenas fez um desvio na amizade que unia os dois.
Beatriz despedira-se da mãe, indo esta à sua vida, o trabalho na dependência bancária que tanto adorava fazer e há muitos anos fazia. A vida de Fernanda nunca fora um mar de rosas, o amor que detinha pelo pai da sua filha era muito complicado explicar, ou digamos, difícil entender nos dias que corriam.
Fernanda mantinha um relacionamento colorido com o gerente sucursal onde trabalhava, na instituição bancária que geria. O seu amor pelo homem vinha desde os primeiros tempos quando foi admitida nas funções para as quais concorrera.
Então jovens e fogosos, Fernanda dava os primeiros passos profissionais enquanto que, o gerente desta dependência bancária era nada mais nada menos que, o genro do presidente do grupo bancário.
Homem casado e bem casado, a esposa juíza de profissão, estava prestes a ser mãe, mas, tudo acontecera entre ambos, sem que ninguém previsse ou planeasse o relacionamento ex-conjugal que o gerente manteria com a jovem secretária, diga-se de passagem tanto a esposa como a amante, não ficavam a dever nada uma à outra em beleza.
Após o desaparecimento do filho e a morte da esposa, Abel ficou completamente desorientado e à mercê da amante, que via finalmente a hipótese que tanto desejou um dia consumar.
O homem entregou-se aos braços da amante na procura de conforto, a amante aproveitou a sua grande oportunidade e, deu-lhe tudo o que mais ele queria, amor, ternura, um ombro amigo em tudo, intensificando-se cada vez mais na cama.
Deste relacionamento nascia a Beatriz, de certa maneira vinha colmatar a falta do amor que detinha pelo seu querido filho desaparecido e considerado morto. Cada dia que passava mais a tese da morte ganhava contornos reais, porque o seu corpo nunca fora encontrado, nem um único sinal de resgate.
Abel sempre foi um pai presente para a sua filha Beatriz, os sogros compreendendo o grave desgosto do genro, nunca se opuseram ao relacionamento de Abel e Fernanda, tinham na sogra, dona Celeste uma defensora, muitas vezes dizia:
- A vida continua, ele tem que refazer a vida.
- Não pode viver para sempre agarrado ao passado.
- Tem que ultrapassar mais esta etapa na vida.
- Talvez quem sabe, se…
- Realmente é o destino…

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Filhos sem Lei 11º Capitulo


Meses antes:
Pantera quando saiu do estabelecimento institucional de correcção, foi-se encontrar com alguns amigos que como ele passaram muito tempo atrás daqueles portões de ferro e muros bastantes altos e electrificados.
A bem dizer eram quase todos do mesmo bairro, salvo dois ou três que cresceram nos arredores. A necessidade de sobrevivência era tal que formaram um gang, onde se deslocavam para outras imediações, assaltando as prostitutas que ganhavam a sua vida.
Ao mesmo tempo que também expulsavam os vendedores de droga da zona, roubando-os ou chantageando-os de forma que estes contribuíssem com uma determinada soma em dinheiro, para poderem operar nas suas zonas.
Muitos conflitos se verificaram, as mortes aconteciam ao virar de cada rua, por fim o controle total do bairro onde sempre moraram. A aliança com um grande barão da vida nocturna e de produtos de estupefacientes, foi a melhor solução, a venda era feita pelo grupo de Pantera que controlava três bairros da sua periferia.
Enquanto que, o produto era enviado pelo nome de código “Boss”, poucos conheciam a sua verdadeira identidade, tinha pessoal para tratar pessoalmente das entregas e recolhas dos lucros.
Boss recebia metade de todas as vendas que eram feitas pelo gang de Pantera!
Após a morte da sua irmã adoptiva, ficou com o irmão mais novo escondendo-o das autoridades, era muito difícil as forças policiais entrarem naquele bairro sem baixas.
O gang estava bem preparado e armado, Boss tinha colocado à disposição de meios capazes de lutarem com as forças policiais de igual ou com superioridade de meios.
Depois do assalto, os dois refugiaram-se em território que era protegido por Boss, o ferido foram mandado matar pela sua organização criminosa, por um polícia que actuava ao serviço do poderoso Barão da droga.
Mais tarde, foram alvos de uma emboscada, onde Pantera foi detido e o outro morto.
Boss, traíra assim Pantera entregando-o ás autoridades, a morte do rapaz ferido no hospital, estava a colocar a sua organização em perigo.
Todos os ramos das forças policiais estavam a investigar, como estavam muito perto, alertado por alguns polícias corruptos que eram pagos pela organização que Boss coordenava, a melhor forma era promover um cenário que despistasse a verdadeira investigação que a organização estava a ser alvo.
Com a entrega deste criminoso a organização ganhava tempo e alguma vantagem nos seus movimentos para se prevenirem contra a investida que as forças policiais estavam na eminência de realizar.
Mesmo ferido com alguma gravidade, colocou-se em fuga, mas, depressa foi capturado, condenado a alguns anos de prisão.
Pantera não estava preocupado por ter sido condenado, lamentava, isso sim ter sido traído pelos próprios elementos da organização a que pertencia e que muito tinha feito.
Cumpriu apenas três anos de cadeia, entre vários recursos, a sua pena fora drasticamente reduzida e colocado em liberdade por falta de provas, depois do seu julgamento ter sido anulado, a organização estava por detrás de tudo, fora este o acordo para que nunca denunciasse ninguém.
Depois de sair em liberdade, a organização absorveu-o e os seus serviços foram constantes para o mesmo organismo, onde passou a desempenhar um papel com elevado relevo dentro e fora da organização, tornando-se um criminoso profissional.
Os seus crimes hediondos, era a sua marca de registo, implacável, nunca deixara pontas soltas, cobrava as dívidas ou neutralizava quem estivesse contra a organização, bem como perseguia todos aqueles que estivessem fora do contexto da organização.
Pantera estava só na vida, tinha perdido a sua irmã adoptiva, e tinha também visto o seu irmão mais novo morrer em seus braços, este por sua culpa, era ainda uma criança.
A sua imagem era cada vez mais temida por todos, as autoridades ouviam falar dele sempre, cada vez com mais frequência, aquela tatuagem que tinha na cabeça, altas patentes policiais, magistratura e até do governo, já tinham sentido o poder dos seus hediondos horrores de assassino.

FIM da primeira parte