quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Filhos sem Lei- 1º capitulo)

Vinte anos antes:


Sandra pára o seu automóvel junto aos semáforos do cruzamento, que liga as duas artérias principais da cidade, para quem entra e sai. As outras, duas servem para trânsito local girar em seu redor, dentro da própria cidade.
A jovem condutora ao volante do seu automóvel, topo de gama (BMW), de último modelo, com apenas dois meses, desde a sua entrega.
O (BMW), tinha sido uma oferta da administração do banco onde seu esposo, Abel trabalhava como vice-presidente, daquele organismo bancário.
Sandra acabara de parar, no sinal vermelho, aquela luz florescente, viva que parecia encandear qualquer condutor, aquela hora da manhã.
A jovem mulher, que entretanto, pára atrás de alguns carros, outros se seguem a trás do seu também, os segundos passam em contra-relógio.
Sandra olha pelo retrovisor, ajeita de forma a poder prestar mais atenção á pequena criança que, tranquilamente segue no banco trás, confortavelmente na sua cadeirinha de bebé, envolta em dois cintos, que aconchegavam o seu frágil corpo.
Ao mesmo tempo que, apertando também a própria cadeirinha onde vem sentado, acto este que, a mãe faz de forma a cumprir totalmente a lei da segurança rodoviária.
Guilherme acabara de acordar, enquanto Sandra vai falando com o filho.
- Olá filhote, hó, tanto soninho, amor lindo da mãe!
- Já falta pouco para puderes brincar com os teus amiguinhos da escola.
Sandra, aproveitava para, enquanto colocava o dedo indicador da mão direita sobre o botão do rádio do automóvel, mudava de estação radiofónica.
Por fim encontrou uma música ao seu gosto.
A mesma que a ajudaria a descontrair até chegar ao Infantário, e assim poder deixar o seu filho até à noite. Música ambiente, com as duas mãos assentes em cima do volante escuro e bastante aderente ás suas lindas mãos, devido ao material almofadado que protegia o volante, ajudando-a assim a melhorar a sua condução, sem originar transpiração.
Enquanto batia com as pontas dos dedos por baixo do volante ao ritmo do som banda musical.
Confortavelmente no seu BMW, de último modelo que, originava alguma inveja aos outros condutores que, a trás ou ao lado do seu carro se encontravam para seguirem viagem também rumo aos seus destinos.
Os segundos, infindáveis naquele semáforo pareciam não terem mais fim.
De rompante, dois indivíduos romperam por entre as outras viaturas, um pelo lado da condutora e o outro pelo lado do pendura.
Os dois homens, abriram as portas, enquanto o indivíduo do lado do condutor retirava o cinto á jovem condutora, o outro puxava-a pelos cabelos para a rua.
Tudo isto num simples pestanejar de olhos, a jovem Sandra foi vítima de Cardjacking.
A jovem mulher lutou desesperadamente com o bandido que a agarrava pelos cabelos, sem contemplações nem remorsos, o bandido desferiu um tiro mortal no abdómen da jovem, que lhe trespassou o coração, falecendo no local.
Os bandidos colocaram-se em fuga, entre condução perigosa o local ficou bem lá para trás, com eles seguia a criança sem que estes, dessem pela sua presença.
Risos e mais risos, pelos acontecimentos, instantes depois, o condutor interroga o pendura:
-Porquê?
-Respondia o outro:
-Porquê o quê?
-Sim, porque matas-te a rapariga?
-Não sabes que agora a policia estará no nosso encalço!
O assassino respondendo em tom vitorioso:
-Tinha que ser pá. – Tinha que ser.
-A gaja arranhou-me o braço todo. - Passou-me uma coisa pela cabeça.

– Agora já não há remédio, a gaja morreu e pronto, acabou a história!
A conversa entre os dois ladrões foi interrompida pelo riso da criança,

enquanto se viravam para trás e, admirados, não querendo acreditar no
que seus olhos estavam a ver.
O condutor trava repentinamente o automóvel, de novo os dois olharam para trás, depois para a frente, desatando um enorme grito.
- Haaaaaaaa, haaaaaa, haaaaa!
Os ladrões ficaram perplexos com o que tinham acabado de descobrir, para além de roubarem o carro, assassinarem a condutora, tinham também raptado uma criança de tenra idade.
-Mas que raio!
Afirmava o assassino perplexo com a descoberta da criança:
-Como é que isto aconteceu?
Virando-se para o condutor, comparsa do crime.
-Mas, tu não reparas-te na criança?
O outro indivíduo, prontamente respondeu:
-Claro que não! – E tu reparas-te?
-Não, não reparei. Com todo o desenvolvimento, apenas pretendia sair dali o mais rápido possível.
Durante alguns segundos os dois homens olhavam para a criança sem saberem como a solucionar.
-Então, como vamos descalçar esta bota agora?
Perguntava o condutor:
Mais uma vez, olharam para a criança que permanecia no banco de trás sem resposta, lentamente voltaram-se para a frente, foi quando o assassino arranjou a forma mais eficaz para solucionar o assunto, ou seja, desfazerem-se do menino.
Assim o problema estaria solucionado, o corpo seria abandonado num descampado, o veículo modificado e entregue ao angariador, que por sua vez o utilizaria em diversos assaltos a bombas de gasolina e estabelecimentos ATM (caixas de multibanco), ou para depois serem vendidos a países Árabes ou Africanos (mas isso é outra história).
O assassino que encontrava-se no lugar do pendura:
-Bem, só existe uma única solução!
O condutor perguntava:
-Então qual é a solução?
-Mata-se a criança também! – Mas desta vez fazes tu o serviço!
Afirmava o pendura. Que o condutor logo retorqui negativamente.
-Eu, eu, não… Desculpa mas eu não sou capaz de fazer uma coisa dessas.
-Ainda tenho alguma alma, uma criança não é o mesmo que um adulto.
Apontando o dedo na direcção da jovem criança, afirmava:
-Olha para ela tão inocente, não tem culpa dos nossos erros.
-Nem de estar no local errado á hora errada!
O impasse durou alguns minutos, os homens saíram do veículo, o pendura com a arma em punho, enquanto que ao mesmo tempo passava as mãos pela cabeça e apertava com os cotovelos o seu coro cabeludo despido e bronzeado, onde se realçava uma enorme tatuagem de uma pantera e uma pistola por baixo da pata direita.
O assassino de Sandra era conhecido no mundo do crime como o “Pantera”, enquanto que o jovem condutor, ainda menor de idade, tinha-se juntado a esta rede criminosa como modo de afirmação lá no bairro onde vivia, apesar de menor, já era pai de uma menina de um ano de idade.


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