segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

17º Capitulo

Muitos anos depois:

Diana intrigada com aquela medalhinha que o jovem trazia presa ao pescoço, deixava-a cada vez mais intrigada, aquela imagem era-lhe muito familiar, só que, não tinha a certeza de onde conhecia aquela imagem.
No carro de Fernanda, tendo a companhia da sua amiga inseparável Beatriz, tentavam colocar a conversa em dia, conversa sobre a última semana passada na Universidade.
Fernanda que tinha alguma experiencia de vida, não deixou passar em branco a forma como assistiu à despedida dos rapazes e das raparigas:
- Então meninas quem são os rapazões?
- Ó mãe, eles são nossos amigos.
- Amigos?
Perguntava Fernanda que deixava as duas raparigas coradas:
- Sim dona Fernanda.
- Apenas somos bons amigos.
- Hummm.
- Bons amigos…
- Pois eu sei o que isso é.
As três em uníssono desataram a rir à gargalhada, por entre os risos, Fernanda afirmava:
- Sabem que até são giros!
- Qual deles é o teu namorado, Beatriz?
- Ó mãe já disse que não namoro com nenhum!
- Mas diz lá que o alto e louro não é um grande borracho?
- Não mãe, esse a Dina gosta dele!
- Haaaa… com que então…
- Háhahahaha
- Eu gosto mais de morenos!
-Hahahahaha
- Bem queres dizer que as duas gostam deles?
- Sim mãe…
-Mas, dona Fernanda… nunca aconteceu nada entre nós…
- Mas quem sou eu para fazer juízo de valores!
- Então como se chamam os admiradores?
As raparigas olhando uma para a outra, encolhendo os ombros e ao mesmo tempo.
- Nunca perguntamos, tem graça.
Diana acrescentava:
- Nós tratamo-los por alcunhas.
- Por exemplo o alto e louro chamamos-lhe flecha.
- O mais baixo e moreno de Russo.
Fernanda perguntava:
-Mas porque chamam de Russo ao moreno?
Beatriz elucidou a mãe:
- Por isso mesmo mãe.
- Por isso mesmo o quê?
- Por ser moreno, advém a alcunha de Russo.
- E o louro?
Dina interrompeu mãe e filha e:
- Por ser o atleta mais rápido da Universidade!
- À, eles praticam atletismo.
– Por isso vocês foram para a modalidade?
Risos e mais risos, a viagem chegava ao fim, Fernanda estacionava em frente do portão da garagem, carregava no pequeno aparelho de controlo à distância.
As duas metades do portão abriam-se de par em par, enquanto que ao mesmo tempo o portão interior da habitação que servia de garagem.
Após entrarem, Dina retirou as suas coisas, duas pequenas malas de roupa suja que, usara durante aqueles dias na Universidade e, fez-se a caminho de casa, por sinal era paredes-meias com a de Fernanda.
- Obrigada dona Fernanda pela boleia.
- Ora rapariga, não tens que agradecer.
Depois de beijar as duas seguiu em direcção a casa onde a mãe e a irmã mais nove de oito anos a esperava no jardim.

Enquanto esperavam pela jovem, Irina aproveitou para regar as plantas e também a hortaliça que tinha plantado há pouco dias.
Ilma correu para os braços da irmã assim que esta abriu o portão da entrada, Dina encheu de beijos a pequenina, tal eram as saudades que tinham uma da outra.
As férias do Natal tinham terminado, esta na hora de regressar ás aulas.
Russo e Flecha tinham passado mais umas mini férias numa instituição de solidariedade social, a mesma que tão bem conheciam.

Os jovens não se lembravam de conhecer outro lugar que não fosse aquele em suas vidas.
A instituição era regida pela Igreja Católica, uma obra que tinha sido iniciada há mais de duzentos anos pelo Padre Martins, tinha criado a “Ordem das Crianças Desamparadas”, devido à lacuna que entrara por aquelas paragens dois séculos antes. Depois da peste que vitimou enumeras famílias, famílias inteiras das quais deixaram crianças, o Padre Martins, abrigou as crianças dando-lhes educação e estudos.

Tinha como objectivo incentivar para o celibato.
A Ordem das Crianças Desamparadas foi também implantada no sector feminino, onde foram criados três centros de acolhimento, um no norte do país, no centro e no sul.
Já naquela época, à revelia da própria Igreja, o Padre Martins criou a ordem onde rapazes e raparigas conviviam diariamente, sempre com grande rigor, disciplina e muita oração.
Para além da devoção a Deus, as aulas eram compostas por rapazes e raparigas, com separação nas refeições e dormitórios, o encontro dava-se na entrada da capela para na primeira missa do dia.
Os longos corredores onde sobressaíam, os inúmeros painéis em azulejo pintado com à mão do século XVIII. Tanto as raparigas como os rapazes eram contadas, ao mesmo tempo que dez metros mais há frente tinham que assinar as entrada e as saídas, sendo impossível qualquer fuga ao controlo depois de entrarem no adro que se seguia ao refeitório.
A ordem ocupava-se de muitas causas, a ajuda aos mais desfavorecidos era uma entre muitas que os seus descendentes levavam a efeito.

Nos Hospitais, mas principalmente nas Santas Casas de Misericórdias, em apoios vários a doentes, enfermagem e também médico.
Muitos alunos após concluírem as suas especializações nas mais diversas áreas da sociedade, enveredavam pela vida civil, fora do domínio religioso.
Muitos foram também os ex-alunos que contraíram matrimónio, muitos nunca tiveram vocação para o celibato nem queriam seguir a Ordem religiosa ou passar o resto da vida dedicada à própria Igreja.
- Para tudo na vida é necessário ter vocação ou força de vontade.
Estas eram as palavras que o seu mentor proferiu e que permanecia escrita na entrada da capela onde todos os alunos em regime de internato se regiam.
O padre Martins tinha deixado escrito em seu testamento todas as intenções para serem seguidas pela Ordem das Crianças Desamparadas:
- Qualquer aluno, que tenha completado a maioria de idade se, quisesse enveredar por outra vida, que não a religiosa, tinha todo o direito renunciar a todos os beneméritos que a instituição colocava ao seu dispor para a sua formação académica e colocar ao dispor da Ordem Religiosa nas várias vertentes da religião do Cristianismo.
Ser um discípulo de Deus e levar a sua fé e crença a onde fosse possível chegarar.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Lançamento do Livro de Poesia

Informo todos os visitantes que, no dia 21 de Janeiro de 2011 pelas 18h, decorrerá na Biblioteca Municipal de Alcochete 1º lançamento do livro de Ângelo Melo " VENTOS DE POESIA", da Corpos Editora, o Evento será aberto a todos que queiram participar na secção de lançamento e autógrafos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

16º Capitulo

Pantera, tinha finalmente sido detido pelas forças policiais, ao fim de um longa perseguição entre as duas artérias secundárias de Arpão. Entre os detidos, encontrava-se também Sardinha, para além dos outros que foram abatidos pelas forças policiais aquando a captura.
Sardinha foi condenado a vinte anos de prisão, enquanto que Pantera, foi condenado a vinte e cinco, para além de uma outra condenação de igual tempo que tinha sido decretada pela justiça Francesa.
Estes criminosos eram considerados “em trânsito”, ou seja, permaneciam nunca no mesmo Estabelecimento Prisional mais que três meses.
Pantera tinha muitos amigos por todos os estabelecimentos prisionais por onde passava, alguns tinham feito parte directamente de muitas atrocidades de âmbito criminal.
Mas acima de tudo também tinha um número muito superior de inimigos sedentos de vingança.

A organização tinha entregue ele e os seus para aliviar as suspeitas sobre as suas actividades ilegais.
Pantera pretendia fazer vingança, alheando a sua vontade à do sistema judicial, que, lhe propuseram em contrapartida de aliviar a pena em alguns anos.

Foi difícil para um criminoso ser considerado arrependido.
A organização não pretendia correr riscos, de manter um ex-colaborador sobre a alçada policial sem que este pudesse delatar todo o sistema operativo.

Boss, sempre pensou ser impossível um dia acontecer a denúncia e as detenções dos envolvidos.
Após as detenções que todo o bando foi alvo, todos sabiam de onde tinha vindo a denuncia, Sardinha foi o primeiro a sofrer as consequências com a detenção de Boss.
Foi encontrado pelos guardas prisionais nos lavadouros de roupa, quase morto. Sardinha, foi internado de urgência num Hospital público, devido aos seus ferimentos e estado.
Um ano depois passou para o hospitalar prisão, onde permaneceu por mais algum tempo.

A sua recuperação foi longa de difícil, devido ás várias facturas dos membros, crânio e fase.
Sardinha passou por um número indeterminada de cirurgias, umas plásticas outras de composição óssea, fisioterapia, para além ficar diminuído mentalmente.
Para além de tudo, foi o que nada teve a ver com o caso, pois preferiu ser preso e condenado que, delatar sobre os compassas do crime.
Boss, depois do acontecido, incitou uma caça ao homem, os seus homens onde quer que estivessem tinham ordens de o silenciar assim que este colocasse os pés num estabelecimento prisional.
Durante muitos anos Pantera foi resguardado do resto dos presidiários nas prisões que passava.
O tempo o desleixo e alguma corrupção, levaram Pantera a uma prisão de menor segurança, onde só se encontravam presos por pequenos delitos, ou em detidos preventivamente.
No mesmo estabelecimento existia uma ala que funcionava como “in trânsito”, onde permaneciam presidiários vindos de vários estabelecimentos para serem presentes a julgamento, sendo que alguns estavam nas mesmas condições que Pantera.
Estes presos tinham um a divisão especial que, não eram colocados, nunca, em qualquer circunstâncias colocados mesma ala dos outros presos, só que era possível o encontro no refeitório aquando as refeições.
Muitos dos indivíduos que estavam “in transito”, já eram condenados com penas superiores a vinte anos, enquanto que outros vinham para novos julgamentos ou recursos, que se iriam realizar naquela comarca.
Estes permaneciam juntos na hora das refeições, enquanto que os outros faziam depois, isto tudo para prevenir actos de indisciplina e desordeiros.
Foi numa dessas refeições, os presos preparavam-se para o seu almoço, quando um detido vindo do nada, ao passar por Pantera, desfere-lhe um golpe mortal na traqueia.
Pantera foi assassinado na hora de almoço, mesmo em frente de toda a população prisional e guarda, sem que, fosse possível o salvar.
O sangue que saia da garganta do preso era abundante, mesmo com a rápida intervenção dos guardas e do médico, não foi possível salvar a vida ao indivíduo.
O preso chega à enfermaria já cadáver, o médico apenas teve de confirmar o óbito, Pantera tinha cumprido dezasseis anos da sua pena.

O detido que tinha concluído a encomenda, após a rixa com os guardas prisionais, acabou por ser abatido a tiro. Tudo estava previsto por Boss, que silêncio em silêncio, todos os envolvidos eram silenciados em prol duma organização que, mesmo por dentro duma prisão continuavam a comandar as operações ilega
Pantera, tinha finalmente sido detido pelas forças policiais, ao fim de um longa perseguição entre as duas artérias secundárias de Arpão.

Entre os detidos, encontrava-se também Sardinha, para além dos outros que foram abatidos pelas forças policiais aquando a captura.
Sardinha foi condenado a vinte anos de prisão, enquanto que Pantera, foi condenado a vinte e cinco, para além de uma outra condenação de igual tempo que tinha sido decretada pela justiça Francesa.
Estes criminosos eram considerados “in trânsito”, ou seja, permaneciam nunca no mesmo estabelecimento prisional mais que três meses.
Pantera tinha muitos amigos por todos os Estabelecimentos prisionais por onde passava, alguns tinham feito parte directamente de muitas atrocidades de âmbito criminal.
Mas acima de tudo também tinha um número muito superior de inimigos sedentos de vingança.

A organização tinha entregue ele e os seus para aliviar as suspeitas sobre as suas actividades ilegais.
Pantera pretendia fazer vingança, alheando a sua vontade à do sistema judicial, que, lhe propuseram em contrapartida de aliviar a pena em alguns anos. Foi difícil para um criminoso ser considerado arrependido.
A organização não pretendia correr riscos, de manter um ex-colaborador sobre a alçada policial sem que este pudesse delatar todo o sistema operativo.

Boss, sempre pensou ser impossível um dia acontecer a denúncia e as detenções dos envolvidos.
Após as detenções que todo o bando foi alvo, todos sabiam de onde tinha vindo a denuncia, Sardinha foi o primeiro a sofrer as consequências com a detenção de Boss.
Foi encontrado pelos guardas prisionais nos lavadouros de roupa, quase morto. Sardinha, foi internado de urgência num Hospital público, devido aos seus ferimentos e estado.
Um ano depois passou para o hospitalar prisão, onde permaneceu por mais algum tempo.

A sua recuperação foi longa de difícil, devido ás várias facturas dos membros, crânio e fase.
Sardinha passou por um número indeterminada de cirurgias, umas plásticas outras de composição óssea, fisioterapia, para além ficar diminuído mentalmente.
Para além de tudo, foi o que nada teve a ver com o caso, pois preferiu ser preso e condenado que, delatar sobre os compassas do crime.
Boss, depois do acontecido, incitou uma caça ao homem, os seus homens onde quer que estivessem tinham ordens de o silenciar assim que este colocasse os pés num estabelecimento prisional.
Durante muitos anos Pantera foi resguardado do resto dos presidiários nas prisões que passava.
O tempo o desleixo e alguma corrupção, levaram Pantera a uma prisão de menor segurança, onde só se encontravam presos por pequenos delitos, ou em detidos preventivamente.
No mesmo estabelecimento existia uma ala que funcionava como “in trânsito”, onde permaneciam presidiários vindos de vários estabelecimentos para serem presentes a julgamento, sendo que alguns estavam nas mesmas condições que Pantera.
Estes presos tinham um a divisão especial que, não eram colocados, nunca, em qualquer circunstâncias colocados mesma ala dos outros presos, só que era possível o encontro no refeitório aquando as refeições.
Muitos dos indivíduos que estavam “in transito”, já eram condenados com penas superiores a vinte anos, enquanto que outros vinham para novos julgamentos ou recursos, que se iriam realizar naquela comarca.
Estes permaneciam juntos na hora das refeições, enquanto que os outros faziam depois, isto tudo para prevenir actos de indisciplina e desordeiros.
Foi numa dessas refeições, os presos preparavam-se para o seu almoço, quando um detido vindo do nada, ao passar por Pantera, desfere-lhe um golpe mortal na traqueia.
Pantera foi assassinado na hora de almoço, mesmo em frente de toda a população prisional e guarda, sem que, fosse possível o salvar.
O sangue que saia da garganta do preso era abundante, mesmo com a rápida intervenção dos guardas e do médico, não foi possível salvar a vida ao indivíduo.
O preso chega à enfermaria já cadáver, o médico apenas teve de confirmar o óbito, Pantera tinha cumprido dezasseis anos da sua pena.

O detido que tinha concluído a encomenda, após a rixa com os guardas prisionais, acabou por ser abatido a tiro. Tudo estava previsto por Boss, que silêncio em silêncio, todos os envolvidos eram silenciados em prol duma organização que, mesmo por dentro duma prisão continuavam a comandar as operações ilega

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Alcochete

15º Capitulo

Alguns anos antes:

Fernanda ficou surpreendida com a oferta do homem que durante tantos anos foi para si o seu companheiro, amante, amigo, confidente e também pai da sua filha.
Estaria Abel a redimir-se pelos anos que passou ao lado daquela mulher, a mesma que durante tantos anos prejudicando a sua vida pessoal, em detrimento do homem que sempre amou.
Não era fácil deitar tudo para trás, um passado de momentos lindos e desfrutados até ao mínimo pormenor. Também foram muitos os momentos de angústia e tristeza que em silêncio permanecia sem que, Abel compreendesse o seu estado, mas, o seu grande objectivo era ver o seu grande amor feliz.
A reunião terminara como começara, envolta em choro, lágrimas que transbordavam sentimentos incompreendidos nem merecidos.
Fernanda talvez pensara que um dia, esse dia… que nunca chegava.
A proposta foi muito boa para a então secretária de Abel, ao aceitar, as suas responsabilidades para com a empresa também aumentavam, sem falar na vertente económica, que seria muito vantajosa.
Abel mudou-se para a capital, onde ficava a sede de todas decisões.
A casa que durante muitos anos pertenceu a Abel e Inês, foi doada à filha Beatriz, sua única herdeira, onde passaram a morar, mãe e filha e as duas empregadas.
Beatriz ainda não tinha completado dez anos, via-se assim impedida da companhia diária do pai e da mãe. Por vezes, durante a semana, Abel visitava a jovem à saída do colégio, levando-a a casa, sempre com a permissão da mãe.
Durante algumas horas fazia-lhe companhia, matavam as saudades, porque a sua vida profissional não lhe proporcionava momentos livres para estar com a sua filha.
Abel nunca conseguiu ultrapassar o trauma da morte da esposa e o desaparecimento do filho, o trabalho era o melhor antídoto para a sua cura. Os maus pensamentos, como as várias tentativas de suicídio que levara ao acabo, após a morte da esposa, da confirmação por parte das autoridades que, seu filho estava morto.
Durante as buscas que as forças policiais fizeram quando desmantelaram a organização, quando Pantera e Sardinha foram também capturados, o corpo de uma criança foi encontrado num terreno baldio.
Os restos mortais foram directos ao jazigo de família que Tobias e Celeste possuíam no cemitério de Lisboa.
Abel os primeiros meses passou por duas tentativas de suicídio, uma por enforcamento, não concluída e outra por ingerir uma quantidade substancial de medicamentos tóxicos de origem animal.
Quis o destino que a empregada, estranhasse a hora da chegada, naquele dia a casa o patrão, alguns minutos depois, procurou-o por todo o lado, no sentido de lhe solicitar uma informação adicional.
Após várias tentativas de chamar pelo seu nome, foi até à casa de banho do quarto, e a tragédia tinha acontecido, rapidamente ligou o 112, alguns minutos depois Abel estava a ser transportado para o Hospital.
Esteve hospitalizado algum tempo, pois os médicos tinham receio que voltasse a cometer outra loucura igual ou pior que aquela.
Fernanda entra então em cena, uma boa razão, eu finalmente esperava onde pudesse demonstrar o seu grande amor pelo homem, seu chefe profissional.
A segunda tentativa, decorrera quase um ano depois, foi quando recebeu a notícia que iria ser pai, Fernanda tinha engravidado de Abel. Sem conseguir aguentar a pressão da notícia, de novo o seu inconsciente veio à tona, tinha cometido um enorme pecado contra a sua falecida mulher.
Num dia calmo, Abel saiu do seu gabinete e dirigiu-se aos lavabos da empresa, a secretária estranhou a demora, ao que, de quando em vez colocava o seu olhar em direcção aos mesmos.
Vendo que estava a levar tempo demais, levantou-se e seguiu na mesma direcção e bateu na porta chamando pelo seu nome:
- Doutor Abel! – Doutor Abel!
Não surgiu qualquer resposta, a mulher chamou por um colega que estava numa das caixas:
- Ó Paulo chega aqui por favor!
O empregado ao ver a secretária bastante aflita, deslocou-se até ao local e:
- O que se passa Fernanda?
- Entra lá para ver como está o gerente!
- Mas porquê?
- Faz o que te estou a pedir por amor de Deus Paulo!
O jovem ao entrar, a porta dos sanitários estava obstruída, foi quando ouviu um barulho esquisito, de algo a cair.
O jovem bateu, bateu, bateu na porta sem êxito, já Fernanda tinha também entrado nos lavabos dos homens, a gritar:
- Arromba a porta, arromba a porta…
- Por …favor…Paulo… a… porta…
O jovem com um pontapé arrombou a porta, foi quando deram com o cenário de tragédia, Abel encontrava-se pendurado com o cinto das suas calças em volta do pescoço, que por sua vez passava pelos canos da canalização de águas que abastecia os lavabos do edifício.
Paulo pegou nas pernas do gerente levantou-o, enquanto que, os gritos despertavam a atenção curiosidade de alguns clientes, que, ajudaram a retirar o cinto, possibilitando que o suicida desobstruísse as vias respiratórias.
A recuperação foi longa, Abel não tinha vontade de viver, Tobias e Celeste também sofriam em silêncio a agonia do genro. Sabiam como era doloroso o seu sofrimento perder um filho em fase adulta era diferente que perder um filho de tenra idade, e respectivos acontecimentos.
Durante todo o tempo Fernanda nunca largou pé do homem que amava, mesmo grávida, assumiu um papel preponderante na recuperação ao activo e à vida.
Acção que muito sensibilizou os sogros de Abel e os pais.
O nascimento de Beatriz, veio trazer uma golfada de ar puro na vida de todos, a criança foi adoptada, como neta, pelos pais de Inês, enquanto que o senhor Mateus e dona Assunção estavam radiantes, sabiam do caso amoroso que ambos mantinham.
Tudo foi feito de acordo com mandamentos católicos, Tobias foi o que mais incomodado ficou no início, mas, sua esposa, dona Celeste, tinha o dom do bom senso, fazia entretanto, ver ao marido, o lado positivo da questão.
Como seria ter aquela criança e poder dar-lhe um pouco do seu amor contido dentro dos seus corações despedaçados.





domingo, 7 de novembro de 2010

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

14º Capitulo


Num outro apartamento que chamavam de caserna, vivia o outro jovem que acompanhava o jovem atlético, mais baixo e menos envergadura física, mas mesmo assim não fugia muito dos padrões atléticos, muito por causa do regime físico que eram sujeitos nos colégios onde estudaram.
A amizade era tanta que, os dois tinham um pacto de irmãos de sangue, onde a troca dum bem de família que possuíssem.
O atletismo era as suas paixões, por várias vezes campeões escolares tanto a nível nacional como internacional de desporto escolar nos sectores individuais.
O mais alto, era a grande promessa nacional na velocidade, enquanto que, o mais baixo, tinha no meio fundo e fundo a sua grande especialidade com grandes êxitos alcançados já em provas internacionais.
A Universidade de Economia, tinha adquirido duas grandes aquisições para os próximos três anos, sendo que os campeonatos nacionais escolares para maiores de dezoito era uma realidade e a instituição poderia finalmente figurar nos lugares cimeiros da modalidade de atletismo.
Para além de serem excelentes alunos, eram também excelentes desportistas, o que fez com que, fossem muitos os que aderiram ao até ali desprezado desporto da Universidade. As jovens eram em maior número.
Beatriz e Dina, nunca tinham praticado desporto federado, mas as suas aptidões físicas eram muito boas para a modalidade, salto em altura, salto em comprimento e dardo eram as disciplinas que as encantavam, pelas que também resolveram seguir como experiência.
Os contactos que diariamente mantinham com os dois rapazes foi crescendo com o tempo, a amizade fazia com que os dois jovens deixassem invadir as suas privacidades.
Tanto as raparigas como os rapazes partilhavam algumas confidências das suas vidas passadas, algumas envoltas em grandes mistérios.
Após as aulas, numa bela tarde de Inverno, o treino na rua foi cancelado e redireccionado para a piscina Universitária, onde o treino de campo fora trocado pelo treino da água.
Dina despertou a atenção a um pormenor que o jovem mais alto trazia ao seu pescoço, um pequeno fio em ouro, metade de um coração com três diamantes que formavam um triângulo.
Aquele objecto que despertou a sua atenção, sem saber o porquê, mas que a deixara muito curiosa, realmente a tinha deixado muito intrigada, não pelo objecto em si, mas, pelo simples facto que já tinha visto em qualquer lado outra semelhança.
Aquele episódio ficou por ali, preso nos seus pensamentos.
As duas raparigas nunca foram capazes de arrancar da boca dos rapazes, onde estes moravam ou quem eram seus pais, quando o assunto vinha à conversa o jovem mais baixo questionava as jovens sobre técnicas de arremessar o dardo entre outras coisas sobre matérias da escola.
O Natal estava à porta, com ele vinha umas mini férias, os dois jovens tinham que voltar para o lar que sempre conheceram. Quando se despediram, as raparigas ficaram bastantes curiosas por uma viatura duma instituição social católica os vir buscar.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

13º capitulo

Os anos passavam a correr, Abel nunca prometera a Fernanda uma relação sólida e duradoura, nem nunca prenunciara a palavra casamento nem união de facto.
Os dois iam aproveitando todos os momentos que tinham ou que a vida lhes proporcionassem, sem dramatismos, sem chantagens, sem obrigações de…
O pormenor filha estava acautelado, até porque esta era a legalmente a sua herdeira e também duma fortuna incalculável, fortuna por direito ao pai Abel, fruto do seu casamento com a filha do ex-presidente da instituição bancária.
Abel era por esta altura o rosto da presidência e toda a sua fortuna passaria mais tarde para Beatriz por direito legal.
Fernanda manteve a sua relação amorosa com Abel, alguns anos depois, Tobias em reunião de accionistas propôs a nomeação de Abel para a presidência do grupo, pelo que foi nomeado por maioria absoluta.
Muito teve em conta o seu passado como gestor e dinamizador de passivos por activos, na venda de produtos inovadores fazendo jus à sua gestão que captava lucros a todos os accionistas anualmente acima do previsto.
Com a chegada à presidência de Abel na instituição bancária, Fernanda, pensara que chegara o momento de ser compensada pelo amor e dedicação dados ao único homem e amor da sua vida.
Iria ocupar, finalmente o papel de esposa na vida de Abel, mas seus desejos e anseios se esfumaram.
Abel pega no telefone e liga, do outro lado responde uma voz feminina:
- Sim doutor!
- A Fernanda não se importa de chegar ao meu gabinete!
- Não Doutor. – É para já.
Fernanda é então chamada à presença do então presidente do grupo para lhe informar das decisões que estava a levar a cabo na instituição. Bate à porta:
- Posso entrar doutor?
- Sim. – Fecha a porta por favor Fernanda!
Abel olhou para Fernanda:
- Senta-te.
- Com licença!
Abel olhava para Fernanda, e colocava os olhar sobre os documentos que tinha em cima da secretária, parava e olhava outra vez para a mulher:
- Bem…
-Tenho aqui entre mãos um caso bicudo!
Fernanda sorriu, julgando que era uma das suas piadas secas, e responde:
- Bem o que é bicudo, também se torna chato…
- Claro que sim. É bastante chato o que tenho para te dizer Nanda.
- Nem sei como começar, mas o certo é que tenho que o fazer e dizer.
- Espero que compreendas a minha posição e não compliques a decisão final.
Fernanda, conhecedora do homem que tinha em sua frente, foi ombro confidente de muitos anos, sabia que vinha algo fora do anormal:
- Bem diz lá uma vez por todas o que está a inquietar?
- Tens razão, está bem vou direito ao assunto!
- Tenho duas propostas para te fazer!
-Uma má outra boa.
- Por qual queres que comece?
Fernanda respondeu:
- Começa pelas más notícias primeiro.
- Bem… há quantos anos estamos juntos?
- Não sei, talvez há dezoito anos!
- Mas porquê essa pergunta?
- Bem… é que… eu…
- Bem… resolvi…
Fernanda estava convencida, que finalmente Abel a pedia em casamento, tudo indicava no seu subconsciente que o embargo de voz trazia essa proposta, que, a levou a agarrar nas mãos e dizer que sim sem que este tivesse terminado a frase:
- Sim meu amor, eu aceito o teu pedido de casamento.
-Se soubesses o quanto desejei este dia!
Abel retira as mãos de entre as dela num safanão, ao mesmo tempo que se levanta da cadeira:
- Não… não, entendes-te mal…
- Não é isso que eu quero dizer.
Fernanda sentiu o coração a bater com tanta intensidade, parecia que ia explodir:
- Mas… eu pensei que…
- O meu Deus, o que estás para ai a engenhoca?
Abel andava de lado para lado sem saber como dizer, até que:
- Entre nós está tudo acabado.
- Hai, hai…
- Não podes estar a falar a sério, depois de tantos anos….
- Depois de tantas noites a tua cama aquecer…
-É desta forma educada que tratas-me?
Os dois mantiveram a conversação durante duas longas horas, até que a secretário limpou as lágrimas e regressou à realidade da vida.
- Eu nunca te pedi nada Nanda.
- Sabes que dentro do meu coração tens um lugar muito especial.
- Eu nunca deveria deixar este assunto se arrastar por este tempo todo.
- Perdoa-me eu ser sincero contigo.
- Ainda podes refazer a tua vida, ao meu lado é uma perda de tempo.
- E a nossa filha?
- Isto nada tem a ver com o bem-estar dela.
- Ela é e será sempre nossa filha, eu farei sempre como sempre fiz.
- Agora só falta mandares-me embora do emprego para veres-te livre de mim duma vez por todas.
Abel reponde frontalmente e olhos nos olhos:
- Engano teu, uma situação nada tem a ver com outra.
- Tu és uma excelente profissional.
- Como tal, a instituição premeia quem mais se dedica.
- Quem se entrega e veste a nossa camisola com amor.
Os minutos foram passando, muitos temas foram abordados, nada ficou por dizer, tudo esclarecido com os pontos nos is.
- Por tudo o que passamos alheado ao teu profissionalismo propôs em assembleia de accionistas o teu nome para gerir a dependência da Vila de Ribeira Dão.
- O que achas da proposta?
Fernanda pensou durante alguns minutos até que:
- Isso nada tem a ver com a anterior conversa?
- Claro que não!
- Uma coisa não interfere na outra!
- Tu conheces-me bem para saber quando digo as coisas de forma clara e sincera.
- Com assuntos destes não se pode brincar.
- Estaria a colocar o meu nome, a minha posição em causa para além da minha ética.
- Como seria eu visto aos olhos dos accionistas?
- Não posso ser incauto!
O tempo passava a correr, a conversa ia longa, finalmente Abel quis saber a opinião da então sua secretária:
- Então Nanda! – O que dizes da minha proposta?
A Fernanda olhava nos olhos do seu grande amor, o ardor do vidrado dos olhos faziam com que, mais algumas lágrimas caíssem pelo rosto abaixo, criando uma camada de resíduos multicolores provocados pela maquilhagem subtil que usava.
A resposta não poderia ser adiada e:
- Sim aceito. – Mas com uma condição!
Surpreendido Abel pergunta:
- Condição!
- Qual?
Fernanda segredou-lhe ao ouvido algumas palavras que:
- Não, não, não…
- Nunca, o farei é um objecto pessoal.
- Tem grande significado sentimental…
- Se for por isso…
-Podes então recusa o lugar.
- Eu nunca o farei!
Como Fernanda não conseguiu demover Abel sobre o que tinha segredado instantes antes, concluiu. Abel numa fracção de segundo abriu a porta do seu gabinete e:
- Pronto sem acordo, nada mais temos a dizer!
- Espera.
Dirigiu-se na sua direcção e fechou de novo a porta:
- Está bem.
- Se não queres, não posso obrigar.
- Aceito mesmo assim o lugar que me ofereces.
- Pois será uma honra poder ser útil em outro cargo na empresa.

sábado, 9 de outubro de 2010

HINO DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

http://www.dailymotion.com/video/xdhk3l_hino-sporting-club-do-portugal-marc_music

12º Capitulo


Alguns anos depois:

Beatriz prepara-se para mais um dia, este era sem dúvida diferente de tantos outros que vivera. Este dia para a jovem rapariga era muito especial, as suas expectativas em volto deste momento inédito.
A jovem passou a noite sem dormir, o seu desejo era tal, que ansiava pelo romper do dia, era tal forma que, as suas pálpebras não conseguiram permanecer coladas uma à outra mais que breves instantes.
Era o grande dia, por que tanto tinha ansiado o Verão inteiro!
As aulas, o seu primeiro dia de faculdade, a mesma que um dia seu pai frequentou com grande notoriedade, o nome de família permanece ainda hoje, lá na parede do hall de entrada.
Um enorme painel, onde todos os anos são colocados azulejos com o nome e a fotografia desenhado à mão, pelos alunos de design que pintam à mão, os futuros contemplados que concluíram com sucesso e distinção os respectivos cursos.
Fernanda, naquela manhã fez acompanhar a jovem, orgulhosa e radiante, não escondia a sua satisfação por finalmente a sua linda menina ir iniciar a faculdade.
No carro seguiam Fernanda ao volante, Beatriz e a sua amiga de infância, jovem que sempre a acompanhou desde a primária, esta nova etapa nas suas vidas era o culminar dum sonho antigo.
- Mãe, até que enfim chega este dia!
- Sim filha.
- Sonhei muitas vezes que estavas a entrar por aquela porta, onde um dia o teu pai também entrou.
- Sim mãe! – O teu sonho é finalmente a minha realização.
Dina que seguia na parte de trás do Toyota Corola de Fernanda:
- Deves sentires-te muito orgulhosa!
- Claro que sim Dina.
Respondia a jovem, quase em simultâneo.
- Deve ser muito gratificante e poder passar por um lugar onde o nome do pai permanece fixo e realçado de todos os outros!
Fernanda interrompia a conversa das duas jovens:
- Vá lá meninas, um nome. – È simplesmente um nome e o seu mito.
- O importante é que não te desvies do caminho que agora vais encetar.
- Não mãe! – O nome de meu pai é e será sempre um nome entre muitos…
- Talvez um dia o meu possa também permanecer em iguais circunstâncias…
As três desferiram uma gargalhada.
Naquele dia de sol molengão, chegavam jovens vindos de todos os cantos da cidade e zonas do país, em busca do mesmo sonho, como as duas jovens protagonista da história.
Enquanto as jovens seguiam o percurso na companhia de Fernanda, chegava também um jovem que dava nas vistas por onde passava, a sua elegância fisionómica.
O jovem detinha uma componente física, que ás jovem deixava um ai de:
- Que grande pão…
O jovem para além de ter um porte atlético impressionante, detinha uma beleza que herdara da mãe, a altura do pai. Alto louro e bonito era o namorado que qualquer jovem rapariga desejava ter como companheiro.
A azáfama era enorme, como acontece no primeiro dia de aulas por todo o lado, a faculdade de economia não fugia à regra. Era uma desenfreada corrida, como quem corre para um estádio de futebol, de um clube desportivo em busca do melhor lugar.
Muito havia para resolver, horário de cada disciplina, uma visita pelos lugares faculdade para que, todos conhecessem os cantos à casa. Casa que serviria à maior parte nos próximos três a cinco anos.
O pessoal docente que leccionava naquele estabelecimento de ensino apresentava um a um todos os que compunham cada turma. Beatriz e Dina ficaram na turma do jovem que tinha feito algum furor aquando a sua chegada.
O jovem humilde, educado, também muito reservado, era na biblioteca principal que passava a maior parte do tempo, nas pausas entre aulas e depois das mesmas. A sua forma de estar despertava muita curiosidade nos restantes alunos de turma, com o tempo até os outros achavam o mesmo.
Chegava sempre mais tarde à casa onde dormia e que partilhava com outros três alunos, de outras turmas.
O jovem fazia-se acompanhar por um outro amigo, que ostentavam raízes de infância, tinham sido criados no mesmo local e frequentado as mesmas escolas e colégios.
A sua formação Académica apenas fez um desvio na amizade que unia os dois.
Beatriz despedira-se da mãe, indo esta à sua vida, o trabalho na dependência bancária que tanto adorava fazer e há muitos anos fazia. A vida de Fernanda nunca fora um mar de rosas, o amor que detinha pelo pai da sua filha era muito complicado explicar, ou digamos, difícil entender nos dias que corriam.
Fernanda mantinha um relacionamento colorido com o gerente sucursal onde trabalhava, na instituição bancária que geria. O seu amor pelo homem vinha desde os primeiros tempos quando foi admitida nas funções para as quais concorrera.
Então jovens e fogosos, Fernanda dava os primeiros passos profissionais enquanto que, o gerente desta dependência bancária era nada mais nada menos que, o genro do presidente do grupo bancário.
Homem casado e bem casado, a esposa juíza de profissão, estava prestes a ser mãe, mas, tudo acontecera entre ambos, sem que ninguém previsse ou planeasse o relacionamento ex-conjugal que o gerente manteria com a jovem secretária, diga-se de passagem tanto a esposa como a amante, não ficavam a dever nada uma à outra em beleza.
Após o desaparecimento do filho e a morte da esposa, Abel ficou completamente desorientado e à mercê da amante, que via finalmente a hipótese que tanto desejou um dia consumar.
O homem entregou-se aos braços da amante na procura de conforto, a amante aproveitou a sua grande oportunidade e, deu-lhe tudo o que mais ele queria, amor, ternura, um ombro amigo em tudo, intensificando-se cada vez mais na cama.
Deste relacionamento nascia a Beatriz, de certa maneira vinha colmatar a falta do amor que detinha pelo seu querido filho desaparecido e considerado morto. Cada dia que passava mais a tese da morte ganhava contornos reais, porque o seu corpo nunca fora encontrado, nem um único sinal de resgate.
Abel sempre foi um pai presente para a sua filha Beatriz, os sogros compreendendo o grave desgosto do genro, nunca se opuseram ao relacionamento de Abel e Fernanda, tinham na sogra, dona Celeste uma defensora, muitas vezes dizia:
- A vida continua, ele tem que refazer a vida.
- Não pode viver para sempre agarrado ao passado.
- Tem que ultrapassar mais esta etapa na vida.
- Talvez quem sabe, se…
- Realmente é o destino…

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Filhos sem Lei 11º Capitulo


Meses antes:
Pantera quando saiu do estabelecimento institucional de correcção, foi-se encontrar com alguns amigos que como ele passaram muito tempo atrás daqueles portões de ferro e muros bastantes altos e electrificados.
A bem dizer eram quase todos do mesmo bairro, salvo dois ou três que cresceram nos arredores. A necessidade de sobrevivência era tal que formaram um gang, onde se deslocavam para outras imediações, assaltando as prostitutas que ganhavam a sua vida.
Ao mesmo tempo que também expulsavam os vendedores de droga da zona, roubando-os ou chantageando-os de forma que estes contribuíssem com uma determinada soma em dinheiro, para poderem operar nas suas zonas.
Muitos conflitos se verificaram, as mortes aconteciam ao virar de cada rua, por fim o controle total do bairro onde sempre moraram. A aliança com um grande barão da vida nocturna e de produtos de estupefacientes, foi a melhor solução, a venda era feita pelo grupo de Pantera que controlava três bairros da sua periferia.
Enquanto que, o produto era enviado pelo nome de código “Boss”, poucos conheciam a sua verdadeira identidade, tinha pessoal para tratar pessoalmente das entregas e recolhas dos lucros.
Boss recebia metade de todas as vendas que eram feitas pelo gang de Pantera!
Após a morte da sua irmã adoptiva, ficou com o irmão mais novo escondendo-o das autoridades, era muito difícil as forças policiais entrarem naquele bairro sem baixas.
O gang estava bem preparado e armado, Boss tinha colocado à disposição de meios capazes de lutarem com as forças policiais de igual ou com superioridade de meios.
Depois do assalto, os dois refugiaram-se em território que era protegido por Boss, o ferido foram mandado matar pela sua organização criminosa, por um polícia que actuava ao serviço do poderoso Barão da droga.
Mais tarde, foram alvos de uma emboscada, onde Pantera foi detido e o outro morto.
Boss, traíra assim Pantera entregando-o ás autoridades, a morte do rapaz ferido no hospital, estava a colocar a sua organização em perigo.
Todos os ramos das forças policiais estavam a investigar, como estavam muito perto, alertado por alguns polícias corruptos que eram pagos pela organização que Boss coordenava, a melhor forma era promover um cenário que despistasse a verdadeira investigação que a organização estava a ser alvo.
Com a entrega deste criminoso a organização ganhava tempo e alguma vantagem nos seus movimentos para se prevenirem contra a investida que as forças policiais estavam na eminência de realizar.
Mesmo ferido com alguma gravidade, colocou-se em fuga, mas, depressa foi capturado, condenado a alguns anos de prisão.
Pantera não estava preocupado por ter sido condenado, lamentava, isso sim ter sido traído pelos próprios elementos da organização a que pertencia e que muito tinha feito.
Cumpriu apenas três anos de cadeia, entre vários recursos, a sua pena fora drasticamente reduzida e colocado em liberdade por falta de provas, depois do seu julgamento ter sido anulado, a organização estava por detrás de tudo, fora este o acordo para que nunca denunciasse ninguém.
Depois de sair em liberdade, a organização absorveu-o e os seus serviços foram constantes para o mesmo organismo, onde passou a desempenhar um papel com elevado relevo dentro e fora da organização, tornando-se um criminoso profissional.
Os seus crimes hediondos, era a sua marca de registo, implacável, nunca deixara pontas soltas, cobrava as dívidas ou neutralizava quem estivesse contra a organização, bem como perseguia todos aqueles que estivessem fora do contexto da organização.
Pantera estava só na vida, tinha perdido a sua irmã adoptiva, e tinha também visto o seu irmão mais novo morrer em seus braços, este por sua culpa, era ainda uma criança.
A sua imagem era cada vez mais temida por todos, as autoridades ouviam falar dele sempre, cada vez com mais frequência, aquela tatuagem que tinha na cabeça, altas patentes policiais, magistratura e até do governo, já tinham sentido o poder dos seus hediondos horrores de assassino.

FIM da primeira parte

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Capitulo 10º

Os anos passaram para estas crianças, na maior parte dos casos, o abandono escolar era bastante frequente, outros quando completavam a antiga 4ªclasse, eram colocados ao abandono, vagueavam pelas ruas, enquanto, os seus familiares ganhavam a vida.
Este cenário foi propício à criação de vários gangs raciais por todo o lado.
Pantera, foi um desses casos, filhos sem lei, órfãos de uma guerra estúpida onde os interesses eram latentes aos capitalistas, que fizeram escravos no seu próprio país, nas ex-colónias, o povo Africano, enquanto apoderavam-se de toda a riqueza que a terra lhes podia fornecer.
Estes jovens, de famílias desajustadas, muitas problemáticas, alheadas às más companhias, munidos pela agonia e revolta dos sofrimentos que foram alvos os seus antepassados, a rua, deu lugar à delinquência juvenil.
Pantera ficou sem os pais adoptivos, quando ainda não tinha completado doze anos de idade, ficando a irmã mais velha de quinze, e o mais novo com 10, entregues ao seu próprios destinos.
Os pais adoptivos perderam a vida num acidente de viação; quando se deslocavam para o emprego, seguiam no autocarro, uma manhã de forte intempérie.
A chuva e o forte vento que se fazia sentir, estivera na origem do despiste do condutor, levando o autocarro a cair numa ravina com mais de vinte metros de altura, morrendo todos os seus ocupantes. Deixando assim os dois filhos menores, juntamente com o filho adoptivo, entregues à sorte do mundo.
O estado, mais uma vez não esteve à altura de responder há dificuldades desta família que, estava assim entregues ao abandono, a jovem sentindo liberdade para fazer o que queria, a companhia de rapazes tornava-se um hábito frequente nas instalações da jovem.
Jovens velhos de todas as idades fizeram do domicílio da jovem, o próprio quartel-general, para actividades e orgias sexuais, bem como, o consumo de produtos estupefacientes.
Enquanto que ao mesmo tempo, a jovem tornava-se propriedade de um proxeneta, bem conhecido do bairro, vendo na jovem e na casa um excelente locar para fazer crescer o seu negócio de prostituição, consumo e venda de drogas.
Era um corrupio até altas horas da noite, o entra e sai constante, a troco de alimentos para os jovens, que, também foram incentivados pelo mal feitor ao uso constante de drogas. O jovem pantera foi transformado em correio de droga e vendedor, para além de consumidor assíduo, cada vez mais dependente do homem que se apoderara da casa dos seus pais adoptivos.
A jovem tinha apenas quinze anos, as agressões eram uma constante do homem à jovem, que, com o tempo se estendeu aos miúdos, Pantera, acabou por assassinar o proxeneta numa noite de intenso calor sexual, onde foi dar com o bandalho a violar o jovem irmão adoptivo.
Tais factos já tinham acontecido com ele, uma arma escondida, pé entre pé, abrindo a porta, o homem estava a puxar as calças para cima, quando, viu a jovem criança a alguns metros de arma em punho.
Entre algumas palavras não muito agradáveis, o jovem desferiu três tiros certeiros, abatendo o indivíduo que caiu todo redondo no chão.
O jovem fugiu durante alguns dias, até que a policia o encontrou e colocou numa instituição, por ordem do tribunal de menores, num colégio interno.
As fugas dos colégios eram constantes, por lá permaneceu até aos dezoito anos, a jovem estava internada num hospital de doenças infecto-contagiosas, tinha contraído o vírus do H.I.V, enquanto que o jovem mais novo também se encontrava num estabelecimento de correcção, em regime de internato, como acontecera com o irmão adoptivo, Pantera.
Algum tempo depois, a doença roubou-lhe a vida, retirou-lhe a melhor dávida;
Pantera e o Júnior, foram ao funeral, onde o mais novo conseguir fugir aos seus representantes da instituição onde se encontrava por ordem do tribunal de menores.
Os dois para sobreviverem, uma vez mais penetraram-se no mundo do crime, um assalto aqui, outro ali. Numa tarde nebulosa, caia chuva miudinha, um grupo entrou de rompante pelo hipermercado dentro, empunhando armas de fogo, caçadeiras de canos cerrados, o assalto rendeu algumas centenas de euros.
O assalto decorreu dentro do previsto que o grupo tinha preparado, mas, como diz o velho ditado;
- Nem sempre tudo corre bem!
O grupo foi surpreendido à saída por uma patrulha da polícia que passava por mero acaso no local. O confronto entre bandidos e polícia era inevitável, dos cinco assaltantes, só dois escaparam, pantera e o condutor. Entre os que ficaram para trás encontrava-se Júnior e um outro tinham sido abatidos sendo que o outro estava em estado bastante grave.
Também um dos polícias fora ferido com alguma gravidade, quando chegaram os reforços policias, os dois tinham-se posto em fuga com algum dinheiro roubado.
A caça ao homem era feroz, mais tarde as autoridades encontraram a viatura que os dois tinham escapado aquando o assalto. Nunca foram capturados pelo crime de assalto.
Muitos meses depois, no hospital, o sobrevivente dava melhorias, estava pronto para ser interrogado mas, na manha em que os inspectores se preparavam para recolher o depoimento do ferido, este é encontrado morto.
Mistério que deixou todas as forças policiais intrigadas, estivera quatro homens consecutivamente, revezando-se por turnos vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas junto à porta do quarto do assaltante, quem entrava era revistado, identificado e confirmado pela administração do centro hospitalar que tinha disponibilizado o acesso a todos os ficheiros médicos daquela aula traumatológica.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Filhos sem lei (9º Capitulo)

Pantera fora um entre milhares de casos, erro de estado. O jovem, mais uma das vítimas da guerra colonial, viu sua família ser massacrada juntamente com os habitantes da aldeia onde morava.
As tropas portuguesas, depois de terem estado debaixo do fogo da guerrilha anti-opupação, após ser reforçada, avançou em direcção aos agressores, no caminho foi encontrado uma aldeia onde aconteceu a dizimação de toda a população.
Pantera tinha na altura apenas quatro anos de idade, presenciou todo aquele horror onde o seu povo e sua família foram assassinados sem dó nem piedade.
Naquele final de tarde, viu o seu pai, mãe e os dois irmãos serem mortos trespassados por balas portuguesas, entre choros e gritos.
Alguns habitantes da aldeia ainda conseguiram fugir para a selva, mata densa onde a dificuldade de penetração era um problema para qualquer pessoa não habituada ao seu quotidiano. Local onde horas antes sofreram grandes confrontes militares.
A jovem criança, que fora agarrado por um adulto pela farpela e colocada a salvo pelos fugitivos do horror das chamas e munições, que todos conseguiam ouvir, vindo em sua direcção pela mata dentro.
Depois de muito fugirem, o jovem ficou entregue a um casal que escapara com vida, passaria a fazer parte daquela família de cinco pessoas, entre as duas dezena em fuga.
No dia seguinte, os fugitivos voltaram à aldeia para reaver os seus pertences, estava destruído, as palhotas ardidas, corpos mutilados e decapitados por todo o lado.
O cheiro a carne queimada era intenso, tudo perderam aquelas pessoas, velhos, novos, crianças, adultos e mulheres, os poucos que restaram, partiram, muitos deixaram para trás uma vida.
Não valia a pena continuar a lutar, pois estavam debaixo de dois fogos, os que lutavam pela independência do país e as forças de ocupação, que lutavam por algo que também eram contra, mas, obrigados pelo então regime de Portugal.
As duas dezenas de sobreviventes da aldeia, durante dias correram quilómetros, até que, finalmente, cheios de fome, sede, também alguns com ferimentos, necessitando de cuidados médicos.
Um campo de apoio para refugiados, estava ali mesmo à frente, depois de alguma triagem, pelo efeito dos ferimentos e outras doenças, a alimentados e o agasalho como um canto para descansar depois de tudo o que tinham vivido nos últimos dias.
Chegavam ao campo principal que ficava na capital daquele país Africano, milhares de refugiados vindo de todos os campos interiores brancos e negros, portugueses e seus descendentes chegavam aos milhares todos os dias.
O governo nacional mandou, mandou evacuar todos os portugueses e descendentes, também um número bastante considerável de Africanos, foram colocados em aviões e enviados para o território português, sendo que Pantera e a sua família adoptiva seriam dos primeiros não descendentes a fugir do seu país.
Nunca lhe foi dada a nacionalidade de cidadão português.
Desde os quatro anos, sem nada, nem ninguém da sua família biológica, órfão duma guerra estúpida, onde morreram milhares de guerrilheiros que lutavam para o seu país ser livre dos senhores feudais, que na maior parte tratavam os negros como escravos.
Em Portugal, os retornados, foram encaminhados para partes diferentes do país, aqueles que tinham familiares em determinadas povoações foram lá colocados.
Os outros que nada tinham, que tudo lhes foram roubados ou destruído, foram acomodados em bairros mandados edificar para acolher este povo todo.
Casas de pré-fabricado, em zonas fora das populações, sem que fossem integrados socialmente. Entregues ao seu próprio destino, apenas com emprego temporário prometido, em organismos públicos, administração central e local.
As autarquias, por todo o país, foram as que sofreram aumentos bastantes consideráveis, tornando-se nas principais empregadoras para toda aquela gente que perdera tudo do que nos países Africanos possuíam, aquando a guerra de ultramar.
Por essa altura, uma grande avalanche de funcionários, fizeram disparar os quadros do erário público, sendo que, as grandes metrópoles e as limítrofes, fossem as mais contempladas devido à sua implantação nas simetrias estarem mais perto de tudo, em especial as zonas do litoral sul.
O bairro onde Pantera crescera com a sua família adoptiva, não era de todo o mais agradável, era multirracial, nele viviam várias religiões, etnias e raças, causando assim um enorme mal-estar entre os seus moradores, que foi crescendo com os anos.
O estado português mandou construir estes bairros sociais, de forma a acolher milhares de refugiados (retornados), por todo o território nacional.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Filhos Sem Lei 8º Capitulo

Os criminosos estavam a ser procurados por todas as forças policiais do país, aeroportos, estações de caminho de ferro e transferes. Por mar, ar e terra a caça ao bandido era impiedosa, as fronteiras fechadas para que os raptores não conseguissem sair do território nacional com a criança, aumentando assim as probabilidades de esta ser resgatada com vida, ou em último caso o seu corpo aparecer. Os raptores nunca pediram nenhum resgate à família, nem mesmo um simples contacto, tudo tinha acontecido num ápice, mãe assassinada, carro roubado e a criança raptada, nunca chegara a ser encontrada. As forças policiais continuavam as suas investigações que, culminaria com o desmantelamento duma rede internacional, bem organizada de transporte de viaturas, que seguiam da Europa para vários países da África e Árabes. Sardinha e Pantera estavam entre os detidos, as forças policiais à muito que investigavam este grupo e os seus movimentos, este caso precipitou que se intensificassem as investigação, ou seja, originando que a captura dos seus envolvidos fossem rapidamente concluídas. Vários empresários do ramo automóvel, faziam a sua comercialização, onde mais duas empresas de transporte também envolvidas no esquema bastante lucrativo, uma oficina auto que transformava e alterava, números de chassis, motores, pinturas, para além de uma alta figura da direcção de viação que legalizava toda a documentação falsificada anteriormente por dois indivíduos altamente profissionais na arte de falsificação. O grupo roubava as viaturas, entregava-as num armazém que ficava por baixo de uma oficina, todo o espaço protegido contra qualquer barulho, funcionava nas traseiras de uma grande superfície comercial, aos olhos de todos sem ninguém dar por nada. Alguns eram adquiridos por grandes gangs, que operavam em território nacional em assaltos a bombas de gasolina e a caixas de multibanco, entre outros, eventualmente de origem criminosa, para extorsão, intimidação e muitos no uso diário de transporte de produtos de estupefacientes. Muitos destes crimes estavam envolvidos os criminosos que assassinaram a jovem juíza Sandra, esposa do gerente bancário Abel. Em vários locais do país e também em outros pontos da Europa, as forças policiais punham termo há organização e aos seus actos criminosos que culminaria com a detenção de mais de trezentas pessoas, onde as penas aplicadas rondavam dos cinco aos vinte e cinco anos. Pantera foi dos criminosos, que foi condenado com duas das penas, teria assim de cumprir vinte e cinco anos, uma em Portugal, outra em França, pelos crimes ocorridos também naquele país, sendo este o mentor da maioria dos caso, sendo também o autor. Sardinha foi condenado a dezassete anos afectivos de prisão num estabelecimento de alta segurança, onde se encontravam muitos dos que, com ele partilharam aventuras criminosas durante tantos, tantos anos seguidos.

sábado, 11 de setembro de 2010

FILHOS SEM LEI (7 CAPITULO)

Enquanto isso:

Abel, destronado, acompanhou os agentes da polícia judiciária até à morgue do Hospital central da vila, onde tinha horas antes, acontecido o crime da jovem juíza. Depois de todas as formalidades serem concluídas e o reconhecimento do corpo, a investigação seguia o seu percurso normal para capturar os indivíduos envolvidos no rapto, assassinato e assalto à mão armada. Enquanto isso, os criminosos deparavam-se com uma situação fora do normal funcionamento, a que estão habituados a lidar, pantera empurrava a decisão de liquidar a criança ao condutor. Por sua vez, o seu comparsa de crime não queria ter nada a ver com o acontecimento, delegando por Pantera. A decisão final, ao mesmo tempo, pelo seu subconsciente, como mil ventos passava no seu pensamento. Cada vez que prendia o seu olhar na jovem criança. À sua frente, um lindo menino tranquilo de sorriso aberto, não imaginando o perigo que há sua volta ocorria. Ao mesmo tempo, sardinha, via naquela criança o rosto da sua própria filha. Comovido, resolveu então solucionar o assunto de uma outra forma, ao mesmo tempo que mantinha a criança longe dos seus familiares biológicos. A jovem criança seguiu viagem com os criminosos, alguns quilómetros antes da entrega num armazém subterrâneo, nas traseiras de uma grande superfície comercial, onde na parte de cima laborava uma oficina auto. Este local foi criado por um grupo de indivíduos que estavam ligados a uma organização internacional de crime. Furto de automóveis de topo gama, sendo estes na maior parte transformados e alterados para as mais diversas acções criminosas. Como também para a sua comercialização em países onde as possibilidades de venda fossem mais rentáveis, ao mesmo tempo tinham a possibilidade dos seus actos nunca serem descobertos pelas policias locais. Sardinha, como era conhecido no mundo do crime e dentro da organizado, pegou na criança e na mala que continha toda a documentação da Juíza, criança e do próprio veículo roubado, onde mais tarde seriam entregues a um indivíduo para os falsificar e assim poderem movimentarem as viaturas mais em segurança. Quando Sardinha abandonou Pantera, este relembrou-o: - Não te esqueças de arrumar o assunto da criança! Sardinha, olhou para o rosto de Guilherme que sorriu, ao mesmo tempo que: -Não te preocupes, eu tratarei deste assunto sem complicações! Quando o outro comparsa partiu a alta velocidade na viatura roubada, Sardinha, com olhar gélido, viu o seu companheiro desaparecer pela estrada fora, afirmava: - Deixa meu pequenino que nada te vai acontecer que eu não deixo. Rapaz e criança desapareceram por entre a poeira que o vento começava a levantar. Por fim, o dia começava a dar sinais de desaparecer, onde a escuridão começava a dar então lugar no vasto horizonte, e os raios solares davam lugar a uma cor alaranjada. Tinham comido numa pequena casa de comércio tradicional que encontraram no caminho duas sandes mistas e uma cerveja preta, enquanto a senhora preparava uma sopa passada para a criança matar a fome. Quando abandonaram o local, já o sol se tinha escondido a algum tempo, era altura de pôr pés ao caminho e resolver o assunto que fora mandado. Por fim, eis que Sardinha avista o tão desejado lugar pelo qual andou quilómetros e quilómetros a pé, para encontrar o que tanto procurava. Um enorme portão de madeira maciça, revestida a ferro centenário, onde o ranger ao abrir, podia ouvir-se a grande distância. Sardinha pegou num enorme pedaço de metal fundido pelos primeiros colonizadores daquele lugar sombrio que ficava atrás do sol pôr deserto. O batimento das badaladas do relógio foram interrompidas pelas do portão, minutos depois, ouvia-se o ranger do portão a abrir, Sardinha tinha deixado o menino à porta e abandonado-o de seguida. Foi encontrado no corpo da criança um pedaço de papel escrito: -Por favor. Não tenho condições para o criar, deixo-o entregue a Deus e nas mãos dos seus seguidores, perdoai-me este acto, se Deus quiser, Guilherme será um grande homem, e que Jesus me perdoe mais uma vez… Na mesma carta deixava escrito a data de nascimento e outras informações, mas nunca a sua verdadeira origem biológica e os contornos verdadeiros que levaram ao jovem deixar ali a criança. Entre o corpo do menino, numa pequena algibeira que ficava junto ao peito, pertencente ás calças, onde os suspensórios iriam abotoar, um peno fio, em ouro, com a metade de uma medalha em forma de coração. Um coração dividido em duas partes, a parte que referente à mãe, que tinha sido retirada aquando o seu assassinato. Tinha caído aquando a luta para a retirar de dentro da viatura que, Sardinha apanhara e colocara na criança antes de ser entregue naquele início de noite.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Filhos sem Lei 6º (Capitulo)

Desde esse dia, a paixão falou mais alto, os dois jovens iniciaram o seu namoro, não logo ali, naquele dia, apesar da diferença do estrato social e económico que existia entre ambas as famílias, o amor permaneceu inabalável e intransponível.

Os dois jovens foram trocando mensagens e telefonemas, foi numa dessas mensagens por SMS que, Abel enviou a Sandra dizendo que…

- Sandra, o tempo é curto para dizer tudo o que sinto.

- Dentro do meu peito, mais não fico.

- Revelo o meu sentimento.

- Eu amo-te, minha princesa…

Sandra ao ler aquela mensagem, toda ela era felicidade, três semanas tinham passado, era estas as palavras que desejava ouvir da boca do homem que amava a cada minuto que passava.

Pelo mesmo meio, respondeu:

- Abel, homem que tanto estimo.

- Esta é a maior prova de carinho.

- Se realmente sentes esse sentimento por mim.

-Porque não dizeres ao pé de mim…

Foi assim que resolveram encontrarem-se num lugar longe dos olhares curiosos dos amigos que, partiram para uma paixão que, culminaria anos mais tarde com o casamento de ambos.

Os pais da jovem Inês, o senhor Tobias e a dona Celeste, primeiramente não viam com bons olhos o namoro entre os dois, mas tudo ficou esclarecido algum tempo depois, quando estes fizeram um ano de relacionamento.

Sandra aproveitou a data festiva para marcar um almoço na casa dos pais com a família de Abel, após muitas intermitências do seu pai, lá resolveu ceder, porque o que estava em causa era o bem-estar da sua única filha.

Por seu lado, os pais de Abel tinham algum receio de serem mal recebidos ou de serem alvos de chacota. Mateus e Assunção não estavam virados para esse lado, havia muitas perguntas sem resposta e mil interrogações.

Tudo correu bem, Tobias ficou orgulhoso pela família do jovem, pela educação dada ao suposto futuro genro, também, da parte da família de Abel, ficaram encantados pela forma como foram recebidos e como foram tratados, todos os receios e anseios foram dizimados naquele dia que marcava o inicio da história entre os dois.

Abel aproveitou o momento onde estavam reunidas as duas famílias e pediu Sandra em casamento, atitude que apanhou todos de surpresa, só a rapariga sabia das intenções do jovem, que dias antes tinha abordado o assunto, tendo a sua total permissão.

Tudo ficou bem desde esse dia, cada vez mais, o senhor Tobias convidava o jovem para passar algum tempo lá em casa, principalmente ao fim-de-semana.

Um homem com quem conversar, sempre era melhor que falar sempre com as mesmas pessoas, esposa, filha e empregados. Ao mesmo tempo permitia-lhe descobrir novas formas na área que o jovem estudava, era com fazer uma reciclagem, estar actualizado no mercado com outra visão sem segundas intenções.

As perspectivas de angariar e rentabilizar mais meios de forma que os lucros na instituição que presidia subissem, para que, também accionistas e investidores aumentassem os seus lucros.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Filhos sem Lei 5º (Capitulo)

Abel conheceu a jovem Sandra quando frequentava a faculdade de economia, e ela direito. À primeira vista, era difícil calcular que estes dois jovens, que nada tinham em comum, a não ser os destinos.

Por norma, todos os alunos das faculdades da grande Lisboa. Frequentavam, um espaço comercial e lúdico, com ponto passagem dos universitários da zona, frequentadores assíduos os pontuais naquele lugar da cidade, ou seja, nas imediações do Estádio Universitário.

O lugar era acolhedor, simpático e muito divertido, o seu proprietário tinha instalado aquele espaço comercial, convicto do enorme sucesso junto das camadas médias, ou seja, entre indivíduos na casa dos vinte e dos trinta anos.

Mas a sua localização e êxito, deveu-se ao facto, no passa a palavra, e nunca numa campanha publicitária de elevados custos monetários.

Levando com que, o espaço, fosse ponto frequente, de todas as noites, para milhares de jovens e menos jovens, tinham encontro, no “Jaguar Bar”.

Numa das suas saídas nocturnas, com o grupo de amigos que privavam mais de perto com o jovem na faculdade, naquela noite foram todos apresentados, um grupo ao outro, intermédio de uma amiga que conhecia Sandra.

Gisela morava na mesma zona que a jovem Sandra, que por sua vez, tinha grau parentesco, daí a apresentação ao grupo de amigos que seguiam com ela naquela noite.

A jovem era filha de país abastados, morava numa zona de condomínio fechado, acessível só a algumas pessoas de estrato social e económico mais elevado.

Que ficava nos arredores da capital de Portugal.

Sandra, desde aquela noite, sentira uma enorme atracção pelo jovem Abel, era notória ao grupo de amigos, como é óbvio não passou despercebido à prima de segundo grau.

A mãe de Inês era prima direita da mãe de Sandra;

Foi amor à primeira vista, pelo menos:

“Segundo alguns estudos científicos, onde muito se tem dito e escrito sobre este tema”.

Há no entanto quem acredite no amor à primeira vista, outros que afirmam ser apenas um facto ocorrido no momento, ou um simples mito.

Em todo o caso, os dois fazem sentido e são os dois pontos de vista bastante discutíveis, no entanto deixo este assunto à consideração do leitor.

A jovem Sandra denotou um enorme faxino pelo rapaz, estudante de economia, os seus olhares eram prenuncio do que provavelmente antevia num futuro próximo, mas a jovem, não era rapariga de namoriscos, com a idade que tinha, ainda nunca tinha tido um namorado nem mesmo provado o sabor da paixão.

Com os dias o interesse pelo jovem era maior, as conversas com o grupo que privava mais de perto com ela, eram mais do mesmo em relação ao jovem que conheceram.

Abel, por sua vez, estava longe de saber o interesse da jovem que conhecera naquela noite no “Jaguar Bar”.

Os amigos de vez em quando mandavam os seus piropos, só que o jovem nunca levou os mesmos à seria, por julgar tratar-se de brincadeiras dos amigos, mas no seu intimo, bem que desejava que fosse realmente verdade.

Mas a vida tem destas coisas, por destino ou não, o que fora uma saída esporádica, passou a serem saídas mais assídua naquele espaço lúdico e comercial.

Sandra passou a contactar com mais regularidade a prima Gisela, para saber pormenores sobre o jovem Abel, sem que este soubesse.

Os telefonemas da jovem para a prima começavam a tornar um hábito, num desses telefonemas, Abel notou que algo estranho estava no ar, pelos olhares comprometidos que a rapariga olhava enquanto falava ao telemóvel.

As duas jovens estavam então a marcar uma nova saída com os dois grupos, assim Abel nunca suspeitaria que estavam antecipadamente combinado.

Uma semana depois, o grupo resolveu repetir a noite da semana anterior, sendo que, Gisela, prima de Sandra, tinha tudo combinado, lá convenceu o jovem, também alguns amigos que estavam por dentro do acontecimento.

Também o namorado de Gisela, que fazia parte do grupo de Sandra, estava por dentro, como este se deslocava várias vezes à faculdade que o grupo frequentava, para apanhar a namorada, numa dessas vezes, numa amena cavaqueira, convidou-os para saírem todos juntos outra vez na sexta-feira seguinte à noite.

Assim foi, o mote estava lançado, o grupo de economia, encontrou-se à entrada do “Jaguar Bar”, onde estaria o grupo de direito, ambos os lados, encontravam-se rapazes e raparigas, grupo que, manteve suas amizades desde então para sempre.

Alguns, inclusive, também acabaram por se enamorarem, tanto de um lado como do outro, os padrinhos de casamento lado de Abel, foram antigos colegas de curso da jovem Sandra, enquanto que, do lado da jovem, foi a prima Inês e Carlos, namorado desta e colega de curso de Sandra.

Este encontro serviu especialmente para os amigos mais próximos dos dois jovens confirmarem o que andava no ar, nas suas caras era inevitável que estavam apaixonados um pelo outro, mas que, faltava o tal empurrão.

As figuras que fazemos… quando estamos apaixonados…

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

FILHOS SEM LEI (4º CAPITULO)

Muitos anos antes:

A história dos dois jovens começou a ser desenhada muitos anos antes, os dois jovens, por pura consciência eram filhos únicos tanto no casamento de Mateus e Assunção, como de Tobias e Celeste.
O jovem Abel era filho de pais de classe média-baixa. Os pais eram pessoas simples e humildes, tinham como ocupação profissional o erário públicos, tanto um como o outro trabalhavam numa escola secundária na orla ribeirinha da zona Sul.

O pai de Abel, o senhor Mateus, era vigilante, por sua vez, a mãe, dona Assunção, era auxiliar de educação na mesma escola secundária há muitos anos.
Os dois, conheceram-se naquele lugar, dona Assunção, trabalhava lá desde a abertura daquele centro escolar. Só dois anos depois, é que o senhor Mateus também para lá foi trabalhar como vigilante nocturno, por conta de uma empresa especializada na área de segurança.

Mais tarde, surgiu a possibilidade de ficar como porteiro, enquanto que ao mesmo tempo, a direcção da instituição escolar, punha término ao protocolo estabelecido com a empresa de segurança, assegurando a partir daí, esse mesmo serviço, poupando nos encargos anuais da instituição escolar.
Do matrimonio entre Mateus e Assunção, nasceu Abel, único filho, porque a vida não lhes proporcionava a criação e educação de muitos filhos.

Com as dificuldades que o país atravessava, era importante, isso assim, que o filho pudesse desfrutar duma melhor educação.
Proporcionando-lhe então a possibilidade de estudar e concluir uma licenciatura que, no futuro, pudesse viver autónomo com seus próprios rendimentos.
A vida levou-o a estudar economia, digamos que, foi a área que sempre o faxinou.!

Por sua vez, os pais de Sandra, a vida destes era muito mais tranquila e abundante.
O pai da jovem, era presidente de uma instituição bancária bastante conhecida no mercado finançeiro nacional e também internacional, cotado em bolsa nas maiores e mais importantes praças bolsistas do mundo.
Para Tobias, Sandra era a menina dos olhos!
Celeste, mãe da jovem, que abandonara a sua licenciatura de medicina, enveredando pelas belas artes, era uma pintora e escultura, bastante reconhecida pelo trabalho realizado com as suas obras.
Sandra foi criada num ambiente onde nada lhe faltava, tinha criados para tudo, sempre vivera de grande conforto, uma autêntica princesa num conto de fadas.
A jovem foi educada de uma forma completamente diferente da maioria dos jovens que moravam naquele concelho. Frequentou os melhores colégios particulares do país até completar o seu décimo segundo ano, a escolha da universidade, recaiu numa pública.

A jovem Sandra, pretendia concluir o seu doutoramento e mestrado em direito criminal, ou seja, seu sonho era seguir a profissão de Juíza numa qualquer comarca do país.
A jovem abdicou de ir estudar para o estrangeiro, estados Unidos ou Inglaterra, em faculdades privadas de renome internacional, onde já formara grandes nomes ligados ao direito criminal, estes eram os destinos mais provaveis que os pais lhe puseram à dispoçisão.
Mas, Sandra seguiu as convicções, preferindo o seu país em detrimento de uma no estrangeiro, para seguir as suas próprias peugadas.
Os anos passaram, os jovens concluíram os seus estudos, ao mesmo tempo que o amor aumentava ao passo de cada dia.
Finalmente chegara a hora do casamento entre ambos, foi divinal, mais não poderia ser de outra forma, devido ao rígido controlo dos pais da jovem Sandra, desejava que tudo fosse conforme os costumes e tradições da família.

Os dois jovens tiveram um casamento de sonho, só igualado por altas personalidades de estado ou monarquia.
Após concluir a licenciatura, Abel foi convidado pelo futuro sogro, para trabalhar na instituição bancária que presidia.

O jovem aceitou a oferta do sogro, por duas razões, primeiro, porque era a área na qual se formou, segundo, porque era a melhor forma de não depender economicamente dos pais, até puder arranjar trabalho, este convite foi a cereja no topo do bolo.
E em terceiro lugar, poderia começar desde já, a juntar algum dinheiro, de forma a preparar o futuro, o casamento estava estava a poucos passos de acontecer.
Aquando do casamento, o jovem já trabalhava na dependência bancária como caixa, ou seja, atendimento ao público como qualquer funcionário bancário á dois anos.
O casamento só ocorreu depois de Sandra ter terminar o seu doutoramento, ao mesmo tempo preparava a sua tese de mestrado. Ao longo desses dois anos, os jovens tinham adquirido um terreno onde estava edificada uma moradia bastante acolhedora aos seus olhos, como também os respectivos recheios, para depois de casarem levarem as suas vidas.
Após o casamento, o jovem Abel tivera como presente, inesperado, a possibilidade de ir gerir uma nova sucursal da instituição bancária, dependência que, iria abrir as suas portas num outro local do país, mais concretamente do lado oposto da grande Lisboa, para o concelho “Ribeira Dão”.
Por sua vez, Sandra foi colocada num tribunal da mesma zona, no concelho vizinho de “Arpão”, que fica a escassos dez minutos de casa. Era o início da sua actividade profissional, pequenos processos até estar preparada para outros voos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Filhos sem Lei 3º capitulo

Abel tentava a todos os custos,ligar para a sua esposa Sandra sem sucesso, o que o deixava a cada segundo mais preocupado.
-Bola, mas que raio está a acontecer? - Esta hoje não atende o telemóvel porquê?
Abel resolveu ligar para o número fixo de casa, o resultado foi o mesmo.
Enquanto o jovem gerente da sucursal, da famosa instituição bancária da sua área de residência.
De telefone colado ao ouvido, alguém bate à porta, e entra para anunciar uma visita:
-Sim, Fernanda.
-Senhor Abel. -Sim Fernanda Diz!
-Está aqui uns senhores que são agentes de autoridade para falar com o senhor.
-Polícia?
-Sim senhor.
Respondeu a secretária. Alguns segundos depois, após a informação:
-Manda os senhores entrarem e fecha a porta, por favor.
O jovem gerente colocou o telefone no seu lugar, ao mesmo tempo que se levantava da sua cadeira e seguiu em direcção aos agentes da polícia à paisana, estendendo a mão direita para os cumprimentar, acto de educação e posição que ocupa na instituição bancária.
-Como estão os senhores agentes. Do que dispõem?
Os homens apresentaram-se seguidamente.
-Inspector Correia.
Ao mesmo tempo apresentava o seu acompanhante:
-Este é o sub-inspector Lopes.
-Muito prazer.
Abel seguidamente.
-Então qual o motivo das suas visitas?
O inspector Correia, homem de elevado porte atlético apesar da sua longevidade e dos cabelos grisalhos, homem habituado a estas coisas, notícias desagradáveis, outras vezes positivas, nesta hora qualquer que fosse a reacção do gerente seria uma incógnita.
-Bem meu caro amigo!
Afirmava o inspector:
-O caso que nos trás aqui hoje é deveras complicado para poder explicar ao senhor.
Mas que se passa?
- Senhor inspector! - Nunca tive qualquer problema com a justiça!
Algo preocupado com as palavras proferidas pelo agente que, falava com grande tranquilidade, mas, que deixava antever o mistério que pairava no ar.
-Não estou a perceber o porquê da vossa visita?
Foi então que o inspector foi direito ao assunto, durante alguns minutos Abel ficou paralisado sem reacção, as palavras que iam saindo da boca do inspector, pareciam que estavam a uma distância bastante considerada, cada palavra que o agente mencionava, pareciam não ter mais fim:
-O senhor tem que nos acompanhar até ao hospital para reconhecer o corpo da sua esposa que, foi esta manhã brutalmente assassinada em plena via pública.
Abel, com a voz embargada interpolava os inspectores.
-Desculpe… desculpe… mas… que… foi…
-O que...foi que...que acabou… de... de dizer?
Já sentado na sua cadeira, onde há sua frente se encontrava a fotografia da esposa e do filho, o sub-inspector pergunta:
-Esta é a sua esposa e o seu filho?
-Sim, são as jóias da minha vida!
De novo o sub-inspector pergunta:
-Vai ser difícil dizer ao menino que a mãe partiu para o céu!
Como se a cadeira tivesse uma mola, levantou-se e:
-Mas onde está o meu menino?
Os agentes, olharam-se também surpreendidos pela afirmação do marido da vítima.
breves segundos depois o agente mais graduado pergunta:
-Mas, o seu filho não está no infantário?
Abel contou o sucedido os agentes, antes destes terem chegado.
Foi então que um dos agentes disse:
-Agora começa a fazer sentido, a informação distorcida, onde uma testemunha mencionou que, antes da sua esposa falecer tinha dito algumas palavras relacionadas com uma suposta criança!
- No local, não tomamos consideração a esse pormenor, pelo simples facto, de nada apontar para o rapto de uma criança!
Foi então que o inspector pegou no seu aparelho móvel de serviço e fez uma chamada, enquanto isso o sub-inspector continuava a conversa com o marido da vítima. Até que o inspector interrompeu os dois e afirmou:
- Vamos colocar já dois colegas no terreno para averiguar melhor este assunto!
A investigação seguiu os términos normais para encontrar os criminosos.

Filhos sem Lei 2º capitulo

Entretanto, no local onde se dera todos os acontecimentos.
Os poucos condutores que se encontravam no local, junto aos semáforos, estes presenciaram os acontecimentos sem que pudessem intervir, por um lado, devido á rapidez, por outro, pelo facto de não poderem socorrer divido aos assaltantes estarem munidos de armas.
Os três condutores, assistiram assim á rápida partida do veículo a alta velocidade de perder de vista, deixando a trás de si um rasto de desgraça e morte.
Enquanto um condutor que através do seu telemóvel chamava as autoridade, ligando para o 112, os outros iam em socorro da vítima, que ainda se encontrava viva, enquanto a hemorragia e perda de sangue era bastante abundante no local.
Os seus murmúrios eram secos e rocos, a sua alma parecia querer deixa-la, mas, a vontade de vencer a morte era enorme que os seus últimos pensamentos eram para o seu filhinho, fruto do amor da vida que tanto desejou.
-Ó meu Deus!
Saíam da sua boca ensanguentada:
-Ajudai o meu filhinho!
As suas preces, foram as últimas palavras, estas dedicadas ao seu filho, mesmo na hora da morte, colocou o bem-estar do seu filho em primeiro lugar.
Os serviços de emergência médica chegaram alguns minutos depois de receberem o aviso, ao mesmo tempo chegava também as autoridades locais para tomarem conta da ocorrência.
A estrada esteve interrompida durante duas horas, por questões burocráticas, a Polícia Judiciária esteve no local a recolher provas e vestígios no sentido de abrirem as investigações do rapto, assassinato e furto de automóvel.
Duas horas mais tarde, do colégio, a directora pegava no telefone e ligava para o banco onde trabalhava Abel, pai de Guilherme:
-Estou sim, é o senhor Abel?
-O próprio!
-Desculpe de ligar para o senhor.
Abel interrompendo a directora:
-Não tem mal algum, mas, disponha minha senhora.
-Sabe, já tentei contactar a sua esposa.

-Mas, como não consigo chegar á fala com ela,
resolvi ligar para o senhor.
-Então, mas, o que se passa? – O Guilherme ficou doente?
-Não sei senhor Abel!
-Era por isso mesmo que liguei para o senhor para saber se tinha ocorrido alguma anomalia no dia de hoje com o Guilherme.
-Porquê?
Perguntava Abel preocupado:
-A sua esposa hoje ainda não veio entregar o menino no infantário,

logo deduzi que estivesse doente.
-Como é habito a sua esposa telefonar quando ocorre algo diferente.
Fiquei preocupada, daí o meu telefonema.
-Agradeço muito a sua preocupação senhora directora. Vou ver o que aconteceu, depois informo-a. Obrigada.
O jovem gerente nem sabia o que a vida lhe reservava nos minutos seguintes.
Após várias tentativas de contactar a esposa, sem sucesso, o telefone tocava mas ninguém o podia atender lá do outro lado, num terreno baldio, os bandidos tinham-se desfeito do pequeno aparelho.

Filhos sem Lei- 1º capitulo)

Vinte anos antes:


Sandra pára o seu automóvel junto aos semáforos do cruzamento, que liga as duas artérias principais da cidade, para quem entra e sai. As outras, duas servem para trânsito local girar em seu redor, dentro da própria cidade.
A jovem condutora ao volante do seu automóvel, topo de gama (BMW), de último modelo, com apenas dois meses, desde a sua entrega.
O (BMW), tinha sido uma oferta da administração do banco onde seu esposo, Abel trabalhava como vice-presidente, daquele organismo bancário.
Sandra acabara de parar, no sinal vermelho, aquela luz florescente, viva que parecia encandear qualquer condutor, aquela hora da manhã.
A jovem mulher, que entretanto, pára atrás de alguns carros, outros se seguem a trás do seu também, os segundos passam em contra-relógio.
Sandra olha pelo retrovisor, ajeita de forma a poder prestar mais atenção á pequena criança que, tranquilamente segue no banco trás, confortavelmente na sua cadeirinha de bebé, envolta em dois cintos, que aconchegavam o seu frágil corpo.
Ao mesmo tempo que, apertando também a própria cadeirinha onde vem sentado, acto este que, a mãe faz de forma a cumprir totalmente a lei da segurança rodoviária.
Guilherme acabara de acordar, enquanto Sandra vai falando com o filho.
- Olá filhote, hó, tanto soninho, amor lindo da mãe!
- Já falta pouco para puderes brincar com os teus amiguinhos da escola.
Sandra, aproveitava para, enquanto colocava o dedo indicador da mão direita sobre o botão do rádio do automóvel, mudava de estação radiofónica.
Por fim encontrou uma música ao seu gosto.
A mesma que a ajudaria a descontrair até chegar ao Infantário, e assim poder deixar o seu filho até à noite. Música ambiente, com as duas mãos assentes em cima do volante escuro e bastante aderente ás suas lindas mãos, devido ao material almofadado que protegia o volante, ajudando-a assim a melhorar a sua condução, sem originar transpiração.
Enquanto batia com as pontas dos dedos por baixo do volante ao ritmo do som banda musical.
Confortavelmente no seu BMW, de último modelo que, originava alguma inveja aos outros condutores que, a trás ou ao lado do seu carro se encontravam para seguirem viagem também rumo aos seus destinos.
Os segundos, infindáveis naquele semáforo pareciam não terem mais fim.
De rompante, dois indivíduos romperam por entre as outras viaturas, um pelo lado da condutora e o outro pelo lado do pendura.
Os dois homens, abriram as portas, enquanto o indivíduo do lado do condutor retirava o cinto á jovem condutora, o outro puxava-a pelos cabelos para a rua.
Tudo isto num simples pestanejar de olhos, a jovem Sandra foi vítima de Cardjacking.
A jovem mulher lutou desesperadamente com o bandido que a agarrava pelos cabelos, sem contemplações nem remorsos, o bandido desferiu um tiro mortal no abdómen da jovem, que lhe trespassou o coração, falecendo no local.
Os bandidos colocaram-se em fuga, entre condução perigosa o local ficou bem lá para trás, com eles seguia a criança sem que estes, dessem pela sua presença.
Risos e mais risos, pelos acontecimentos, instantes depois, o condutor interroga o pendura:
-Porquê?
-Respondia o outro:
-Porquê o quê?
-Sim, porque matas-te a rapariga?
-Não sabes que agora a policia estará no nosso encalço!
O assassino respondendo em tom vitorioso:
-Tinha que ser pá. – Tinha que ser.
-A gaja arranhou-me o braço todo. - Passou-me uma coisa pela cabeça.

– Agora já não há remédio, a gaja morreu e pronto, acabou a história!
A conversa entre os dois ladrões foi interrompida pelo riso da criança,

enquanto se viravam para trás e, admirados, não querendo acreditar no
que seus olhos estavam a ver.
O condutor trava repentinamente o automóvel, de novo os dois olharam para trás, depois para a frente, desatando um enorme grito.
- Haaaaaaaa, haaaaaa, haaaaa!
Os ladrões ficaram perplexos com o que tinham acabado de descobrir, para além de roubarem o carro, assassinarem a condutora, tinham também raptado uma criança de tenra idade.
-Mas que raio!
Afirmava o assassino perplexo com a descoberta da criança:
-Como é que isto aconteceu?
Virando-se para o condutor, comparsa do crime.
-Mas, tu não reparas-te na criança?
O outro indivíduo, prontamente respondeu:
-Claro que não! – E tu reparas-te?
-Não, não reparei. Com todo o desenvolvimento, apenas pretendia sair dali o mais rápido possível.
Durante alguns segundos os dois homens olhavam para a criança sem saberem como a solucionar.
-Então, como vamos descalçar esta bota agora?
Perguntava o condutor:
Mais uma vez, olharam para a criança que permanecia no banco de trás sem resposta, lentamente voltaram-se para a frente, foi quando o assassino arranjou a forma mais eficaz para solucionar o assunto, ou seja, desfazerem-se do menino.
Assim o problema estaria solucionado, o corpo seria abandonado num descampado, o veículo modificado e entregue ao angariador, que por sua vez o utilizaria em diversos assaltos a bombas de gasolina e estabelecimentos ATM (caixas de multibanco), ou para depois serem vendidos a países Árabes ou Africanos (mas isso é outra história).
O assassino que encontrava-se no lugar do pendura:
-Bem, só existe uma única solução!
O condutor perguntava:
-Então qual é a solução?
-Mata-se a criança também! – Mas desta vez fazes tu o serviço!
Afirmava o pendura. Que o condutor logo retorqui negativamente.
-Eu, eu, não… Desculpa mas eu não sou capaz de fazer uma coisa dessas.
-Ainda tenho alguma alma, uma criança não é o mesmo que um adulto.
Apontando o dedo na direcção da jovem criança, afirmava:
-Olha para ela tão inocente, não tem culpa dos nossos erros.
-Nem de estar no local errado á hora errada!
O impasse durou alguns minutos, os homens saíram do veículo, o pendura com a arma em punho, enquanto que ao mesmo tempo passava as mãos pela cabeça e apertava com os cotovelos o seu coro cabeludo despido e bronzeado, onde se realçava uma enorme tatuagem de uma pantera e uma pistola por baixo da pata direita.
O assassino de Sandra era conhecido no mundo do crime como o “Pantera”, enquanto que o jovem condutor, ainda menor de idade, tinha-se juntado a esta rede criminosa como modo de afirmação lá no bairro onde vivia, apesar de menor, já era pai de uma menina de um ano de idade.