sábado, 11 de setembro de 2010

FILHOS SEM LEI (7 CAPITULO)

Enquanto isso:

Abel, destronado, acompanhou os agentes da polícia judiciária até à morgue do Hospital central da vila, onde tinha horas antes, acontecido o crime da jovem juíza. Depois de todas as formalidades serem concluídas e o reconhecimento do corpo, a investigação seguia o seu percurso normal para capturar os indivíduos envolvidos no rapto, assassinato e assalto à mão armada. Enquanto isso, os criminosos deparavam-se com uma situação fora do normal funcionamento, a que estão habituados a lidar, pantera empurrava a decisão de liquidar a criança ao condutor. Por sua vez, o seu comparsa de crime não queria ter nada a ver com o acontecimento, delegando por Pantera. A decisão final, ao mesmo tempo, pelo seu subconsciente, como mil ventos passava no seu pensamento. Cada vez que prendia o seu olhar na jovem criança. À sua frente, um lindo menino tranquilo de sorriso aberto, não imaginando o perigo que há sua volta ocorria. Ao mesmo tempo, sardinha, via naquela criança o rosto da sua própria filha. Comovido, resolveu então solucionar o assunto de uma outra forma, ao mesmo tempo que mantinha a criança longe dos seus familiares biológicos. A jovem criança seguiu viagem com os criminosos, alguns quilómetros antes da entrega num armazém subterrâneo, nas traseiras de uma grande superfície comercial, onde na parte de cima laborava uma oficina auto. Este local foi criado por um grupo de indivíduos que estavam ligados a uma organização internacional de crime. Furto de automóveis de topo gama, sendo estes na maior parte transformados e alterados para as mais diversas acções criminosas. Como também para a sua comercialização em países onde as possibilidades de venda fossem mais rentáveis, ao mesmo tempo tinham a possibilidade dos seus actos nunca serem descobertos pelas policias locais. Sardinha, como era conhecido no mundo do crime e dentro da organizado, pegou na criança e na mala que continha toda a documentação da Juíza, criança e do próprio veículo roubado, onde mais tarde seriam entregues a um indivíduo para os falsificar e assim poderem movimentarem as viaturas mais em segurança. Quando Sardinha abandonou Pantera, este relembrou-o: - Não te esqueças de arrumar o assunto da criança! Sardinha, olhou para o rosto de Guilherme que sorriu, ao mesmo tempo que: -Não te preocupes, eu tratarei deste assunto sem complicações! Quando o outro comparsa partiu a alta velocidade na viatura roubada, Sardinha, com olhar gélido, viu o seu companheiro desaparecer pela estrada fora, afirmava: - Deixa meu pequenino que nada te vai acontecer que eu não deixo. Rapaz e criança desapareceram por entre a poeira que o vento começava a levantar. Por fim, o dia começava a dar sinais de desaparecer, onde a escuridão começava a dar então lugar no vasto horizonte, e os raios solares davam lugar a uma cor alaranjada. Tinham comido numa pequena casa de comércio tradicional que encontraram no caminho duas sandes mistas e uma cerveja preta, enquanto a senhora preparava uma sopa passada para a criança matar a fome. Quando abandonaram o local, já o sol se tinha escondido a algum tempo, era altura de pôr pés ao caminho e resolver o assunto que fora mandado. Por fim, eis que Sardinha avista o tão desejado lugar pelo qual andou quilómetros e quilómetros a pé, para encontrar o que tanto procurava. Um enorme portão de madeira maciça, revestida a ferro centenário, onde o ranger ao abrir, podia ouvir-se a grande distância. Sardinha pegou num enorme pedaço de metal fundido pelos primeiros colonizadores daquele lugar sombrio que ficava atrás do sol pôr deserto. O batimento das badaladas do relógio foram interrompidas pelas do portão, minutos depois, ouvia-se o ranger do portão a abrir, Sardinha tinha deixado o menino à porta e abandonado-o de seguida. Foi encontrado no corpo da criança um pedaço de papel escrito: -Por favor. Não tenho condições para o criar, deixo-o entregue a Deus e nas mãos dos seus seguidores, perdoai-me este acto, se Deus quiser, Guilherme será um grande homem, e que Jesus me perdoe mais uma vez… Na mesma carta deixava escrito a data de nascimento e outras informações, mas nunca a sua verdadeira origem biológica e os contornos verdadeiros que levaram ao jovem deixar ali a criança. Entre o corpo do menino, numa pequena algibeira que ficava junto ao peito, pertencente ás calças, onde os suspensórios iriam abotoar, um peno fio, em ouro, com a metade de uma medalha em forma de coração. Um coração dividido em duas partes, a parte que referente à mãe, que tinha sido retirada aquando o seu assassinato. Tinha caído aquando a luta para a retirar de dentro da viatura que, Sardinha apanhara e colocara na criança antes de ser entregue naquele início de noite.

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