terça-feira, 28 de setembro de 2010

Capitulo 10º

Os anos passaram para estas crianças, na maior parte dos casos, o abandono escolar era bastante frequente, outros quando completavam a antiga 4ªclasse, eram colocados ao abandono, vagueavam pelas ruas, enquanto, os seus familiares ganhavam a vida.
Este cenário foi propício à criação de vários gangs raciais por todo o lado.
Pantera, foi um desses casos, filhos sem lei, órfãos de uma guerra estúpida onde os interesses eram latentes aos capitalistas, que fizeram escravos no seu próprio país, nas ex-colónias, o povo Africano, enquanto apoderavam-se de toda a riqueza que a terra lhes podia fornecer.
Estes jovens, de famílias desajustadas, muitas problemáticas, alheadas às más companhias, munidos pela agonia e revolta dos sofrimentos que foram alvos os seus antepassados, a rua, deu lugar à delinquência juvenil.
Pantera ficou sem os pais adoptivos, quando ainda não tinha completado doze anos de idade, ficando a irmã mais velha de quinze, e o mais novo com 10, entregues ao seu próprios destinos.
Os pais adoptivos perderam a vida num acidente de viação; quando se deslocavam para o emprego, seguiam no autocarro, uma manhã de forte intempérie.
A chuva e o forte vento que se fazia sentir, estivera na origem do despiste do condutor, levando o autocarro a cair numa ravina com mais de vinte metros de altura, morrendo todos os seus ocupantes. Deixando assim os dois filhos menores, juntamente com o filho adoptivo, entregues à sorte do mundo.
O estado, mais uma vez não esteve à altura de responder há dificuldades desta família que, estava assim entregues ao abandono, a jovem sentindo liberdade para fazer o que queria, a companhia de rapazes tornava-se um hábito frequente nas instalações da jovem.
Jovens velhos de todas as idades fizeram do domicílio da jovem, o próprio quartel-general, para actividades e orgias sexuais, bem como, o consumo de produtos estupefacientes.
Enquanto que ao mesmo tempo, a jovem tornava-se propriedade de um proxeneta, bem conhecido do bairro, vendo na jovem e na casa um excelente locar para fazer crescer o seu negócio de prostituição, consumo e venda de drogas.
Era um corrupio até altas horas da noite, o entra e sai constante, a troco de alimentos para os jovens, que, também foram incentivados pelo mal feitor ao uso constante de drogas. O jovem pantera foi transformado em correio de droga e vendedor, para além de consumidor assíduo, cada vez mais dependente do homem que se apoderara da casa dos seus pais adoptivos.
A jovem tinha apenas quinze anos, as agressões eram uma constante do homem à jovem, que, com o tempo se estendeu aos miúdos, Pantera, acabou por assassinar o proxeneta numa noite de intenso calor sexual, onde foi dar com o bandalho a violar o jovem irmão adoptivo.
Tais factos já tinham acontecido com ele, uma arma escondida, pé entre pé, abrindo a porta, o homem estava a puxar as calças para cima, quando, viu a jovem criança a alguns metros de arma em punho.
Entre algumas palavras não muito agradáveis, o jovem desferiu três tiros certeiros, abatendo o indivíduo que caiu todo redondo no chão.
O jovem fugiu durante alguns dias, até que a policia o encontrou e colocou numa instituição, por ordem do tribunal de menores, num colégio interno.
As fugas dos colégios eram constantes, por lá permaneceu até aos dezoito anos, a jovem estava internada num hospital de doenças infecto-contagiosas, tinha contraído o vírus do H.I.V, enquanto que o jovem mais novo também se encontrava num estabelecimento de correcção, em regime de internato, como acontecera com o irmão adoptivo, Pantera.
Algum tempo depois, a doença roubou-lhe a vida, retirou-lhe a melhor dávida;
Pantera e o Júnior, foram ao funeral, onde o mais novo conseguir fugir aos seus representantes da instituição onde se encontrava por ordem do tribunal de menores.
Os dois para sobreviverem, uma vez mais penetraram-se no mundo do crime, um assalto aqui, outro ali. Numa tarde nebulosa, caia chuva miudinha, um grupo entrou de rompante pelo hipermercado dentro, empunhando armas de fogo, caçadeiras de canos cerrados, o assalto rendeu algumas centenas de euros.
O assalto decorreu dentro do previsto que o grupo tinha preparado, mas, como diz o velho ditado;
- Nem sempre tudo corre bem!
O grupo foi surpreendido à saída por uma patrulha da polícia que passava por mero acaso no local. O confronto entre bandidos e polícia era inevitável, dos cinco assaltantes, só dois escaparam, pantera e o condutor. Entre os que ficaram para trás encontrava-se Júnior e um outro tinham sido abatidos sendo que o outro estava em estado bastante grave.
Também um dos polícias fora ferido com alguma gravidade, quando chegaram os reforços policias, os dois tinham-se posto em fuga com algum dinheiro roubado.
A caça ao homem era feroz, mais tarde as autoridades encontraram a viatura que os dois tinham escapado aquando o assalto. Nunca foram capturados pelo crime de assalto.
Muitos meses depois, no hospital, o sobrevivente dava melhorias, estava pronto para ser interrogado mas, na manha em que os inspectores se preparavam para recolher o depoimento do ferido, este é encontrado morto.
Mistério que deixou todas as forças policiais intrigadas, estivera quatro homens consecutivamente, revezando-se por turnos vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas junto à porta do quarto do assaltante, quem entrava era revistado, identificado e confirmado pela administração do centro hospitalar que tinha disponibilizado o acesso a todos os ficheiros médicos daquela aula traumatológica.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Filhos sem lei (9º Capitulo)

Pantera fora um entre milhares de casos, erro de estado. O jovem, mais uma das vítimas da guerra colonial, viu sua família ser massacrada juntamente com os habitantes da aldeia onde morava.
As tropas portuguesas, depois de terem estado debaixo do fogo da guerrilha anti-opupação, após ser reforçada, avançou em direcção aos agressores, no caminho foi encontrado uma aldeia onde aconteceu a dizimação de toda a população.
Pantera tinha na altura apenas quatro anos de idade, presenciou todo aquele horror onde o seu povo e sua família foram assassinados sem dó nem piedade.
Naquele final de tarde, viu o seu pai, mãe e os dois irmãos serem mortos trespassados por balas portuguesas, entre choros e gritos.
Alguns habitantes da aldeia ainda conseguiram fugir para a selva, mata densa onde a dificuldade de penetração era um problema para qualquer pessoa não habituada ao seu quotidiano. Local onde horas antes sofreram grandes confrontes militares.
A jovem criança, que fora agarrado por um adulto pela farpela e colocada a salvo pelos fugitivos do horror das chamas e munições, que todos conseguiam ouvir, vindo em sua direcção pela mata dentro.
Depois de muito fugirem, o jovem ficou entregue a um casal que escapara com vida, passaria a fazer parte daquela família de cinco pessoas, entre as duas dezena em fuga.
No dia seguinte, os fugitivos voltaram à aldeia para reaver os seus pertences, estava destruído, as palhotas ardidas, corpos mutilados e decapitados por todo o lado.
O cheiro a carne queimada era intenso, tudo perderam aquelas pessoas, velhos, novos, crianças, adultos e mulheres, os poucos que restaram, partiram, muitos deixaram para trás uma vida.
Não valia a pena continuar a lutar, pois estavam debaixo de dois fogos, os que lutavam pela independência do país e as forças de ocupação, que lutavam por algo que também eram contra, mas, obrigados pelo então regime de Portugal.
As duas dezenas de sobreviventes da aldeia, durante dias correram quilómetros, até que, finalmente, cheios de fome, sede, também alguns com ferimentos, necessitando de cuidados médicos.
Um campo de apoio para refugiados, estava ali mesmo à frente, depois de alguma triagem, pelo efeito dos ferimentos e outras doenças, a alimentados e o agasalho como um canto para descansar depois de tudo o que tinham vivido nos últimos dias.
Chegavam ao campo principal que ficava na capital daquele país Africano, milhares de refugiados vindo de todos os campos interiores brancos e negros, portugueses e seus descendentes chegavam aos milhares todos os dias.
O governo nacional mandou, mandou evacuar todos os portugueses e descendentes, também um número bastante considerável de Africanos, foram colocados em aviões e enviados para o território português, sendo que Pantera e a sua família adoptiva seriam dos primeiros não descendentes a fugir do seu país.
Nunca lhe foi dada a nacionalidade de cidadão português.
Desde os quatro anos, sem nada, nem ninguém da sua família biológica, órfão duma guerra estúpida, onde morreram milhares de guerrilheiros que lutavam para o seu país ser livre dos senhores feudais, que na maior parte tratavam os negros como escravos.
Em Portugal, os retornados, foram encaminhados para partes diferentes do país, aqueles que tinham familiares em determinadas povoações foram lá colocados.
Os outros que nada tinham, que tudo lhes foram roubados ou destruído, foram acomodados em bairros mandados edificar para acolher este povo todo.
Casas de pré-fabricado, em zonas fora das populações, sem que fossem integrados socialmente. Entregues ao seu próprio destino, apenas com emprego temporário prometido, em organismos públicos, administração central e local.
As autarquias, por todo o país, foram as que sofreram aumentos bastantes consideráveis, tornando-se nas principais empregadoras para toda aquela gente que perdera tudo do que nos países Africanos possuíam, aquando a guerra de ultramar.
Por essa altura, uma grande avalanche de funcionários, fizeram disparar os quadros do erário público, sendo que, as grandes metrópoles e as limítrofes, fossem as mais contempladas devido à sua implantação nas simetrias estarem mais perto de tudo, em especial as zonas do litoral sul.
O bairro onde Pantera crescera com a sua família adoptiva, não era de todo o mais agradável, era multirracial, nele viviam várias religiões, etnias e raças, causando assim um enorme mal-estar entre os seus moradores, que foi crescendo com os anos.
O estado português mandou construir estes bairros sociais, de forma a acolher milhares de refugiados (retornados), por todo o território nacional.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Filhos Sem Lei 8º Capitulo

Os criminosos estavam a ser procurados por todas as forças policiais do país, aeroportos, estações de caminho de ferro e transferes. Por mar, ar e terra a caça ao bandido era impiedosa, as fronteiras fechadas para que os raptores não conseguissem sair do território nacional com a criança, aumentando assim as probabilidades de esta ser resgatada com vida, ou em último caso o seu corpo aparecer. Os raptores nunca pediram nenhum resgate à família, nem mesmo um simples contacto, tudo tinha acontecido num ápice, mãe assassinada, carro roubado e a criança raptada, nunca chegara a ser encontrada. As forças policiais continuavam as suas investigações que, culminaria com o desmantelamento duma rede internacional, bem organizada de transporte de viaturas, que seguiam da Europa para vários países da África e Árabes. Sardinha e Pantera estavam entre os detidos, as forças policiais à muito que investigavam este grupo e os seus movimentos, este caso precipitou que se intensificassem as investigação, ou seja, originando que a captura dos seus envolvidos fossem rapidamente concluídas. Vários empresários do ramo automóvel, faziam a sua comercialização, onde mais duas empresas de transporte também envolvidas no esquema bastante lucrativo, uma oficina auto que transformava e alterava, números de chassis, motores, pinturas, para além de uma alta figura da direcção de viação que legalizava toda a documentação falsificada anteriormente por dois indivíduos altamente profissionais na arte de falsificação. O grupo roubava as viaturas, entregava-as num armazém que ficava por baixo de uma oficina, todo o espaço protegido contra qualquer barulho, funcionava nas traseiras de uma grande superfície comercial, aos olhos de todos sem ninguém dar por nada. Alguns eram adquiridos por grandes gangs, que operavam em território nacional em assaltos a bombas de gasolina e a caixas de multibanco, entre outros, eventualmente de origem criminosa, para extorsão, intimidação e muitos no uso diário de transporte de produtos de estupefacientes. Muitos destes crimes estavam envolvidos os criminosos que assassinaram a jovem juíza Sandra, esposa do gerente bancário Abel. Em vários locais do país e também em outros pontos da Europa, as forças policiais punham termo há organização e aos seus actos criminosos que culminaria com a detenção de mais de trezentas pessoas, onde as penas aplicadas rondavam dos cinco aos vinte e cinco anos. Pantera foi dos criminosos, que foi condenado com duas das penas, teria assim de cumprir vinte e cinco anos, uma em Portugal, outra em França, pelos crimes ocorridos também naquele país, sendo este o mentor da maioria dos caso, sendo também o autor. Sardinha foi condenado a dezassete anos afectivos de prisão num estabelecimento de alta segurança, onde se encontravam muitos dos que, com ele partilharam aventuras criminosas durante tantos, tantos anos seguidos.

sábado, 11 de setembro de 2010

FILHOS SEM LEI (7 CAPITULO)

Enquanto isso:

Abel, destronado, acompanhou os agentes da polícia judiciária até à morgue do Hospital central da vila, onde tinha horas antes, acontecido o crime da jovem juíza. Depois de todas as formalidades serem concluídas e o reconhecimento do corpo, a investigação seguia o seu percurso normal para capturar os indivíduos envolvidos no rapto, assassinato e assalto à mão armada. Enquanto isso, os criminosos deparavam-se com uma situação fora do normal funcionamento, a que estão habituados a lidar, pantera empurrava a decisão de liquidar a criança ao condutor. Por sua vez, o seu comparsa de crime não queria ter nada a ver com o acontecimento, delegando por Pantera. A decisão final, ao mesmo tempo, pelo seu subconsciente, como mil ventos passava no seu pensamento. Cada vez que prendia o seu olhar na jovem criança. À sua frente, um lindo menino tranquilo de sorriso aberto, não imaginando o perigo que há sua volta ocorria. Ao mesmo tempo, sardinha, via naquela criança o rosto da sua própria filha. Comovido, resolveu então solucionar o assunto de uma outra forma, ao mesmo tempo que mantinha a criança longe dos seus familiares biológicos. A jovem criança seguiu viagem com os criminosos, alguns quilómetros antes da entrega num armazém subterrâneo, nas traseiras de uma grande superfície comercial, onde na parte de cima laborava uma oficina auto. Este local foi criado por um grupo de indivíduos que estavam ligados a uma organização internacional de crime. Furto de automóveis de topo gama, sendo estes na maior parte transformados e alterados para as mais diversas acções criminosas. Como também para a sua comercialização em países onde as possibilidades de venda fossem mais rentáveis, ao mesmo tempo tinham a possibilidade dos seus actos nunca serem descobertos pelas policias locais. Sardinha, como era conhecido no mundo do crime e dentro da organizado, pegou na criança e na mala que continha toda a documentação da Juíza, criança e do próprio veículo roubado, onde mais tarde seriam entregues a um indivíduo para os falsificar e assim poderem movimentarem as viaturas mais em segurança. Quando Sardinha abandonou Pantera, este relembrou-o: - Não te esqueças de arrumar o assunto da criança! Sardinha, olhou para o rosto de Guilherme que sorriu, ao mesmo tempo que: -Não te preocupes, eu tratarei deste assunto sem complicações! Quando o outro comparsa partiu a alta velocidade na viatura roubada, Sardinha, com olhar gélido, viu o seu companheiro desaparecer pela estrada fora, afirmava: - Deixa meu pequenino que nada te vai acontecer que eu não deixo. Rapaz e criança desapareceram por entre a poeira que o vento começava a levantar. Por fim, o dia começava a dar sinais de desaparecer, onde a escuridão começava a dar então lugar no vasto horizonte, e os raios solares davam lugar a uma cor alaranjada. Tinham comido numa pequena casa de comércio tradicional que encontraram no caminho duas sandes mistas e uma cerveja preta, enquanto a senhora preparava uma sopa passada para a criança matar a fome. Quando abandonaram o local, já o sol se tinha escondido a algum tempo, era altura de pôr pés ao caminho e resolver o assunto que fora mandado. Por fim, eis que Sardinha avista o tão desejado lugar pelo qual andou quilómetros e quilómetros a pé, para encontrar o que tanto procurava. Um enorme portão de madeira maciça, revestida a ferro centenário, onde o ranger ao abrir, podia ouvir-se a grande distância. Sardinha pegou num enorme pedaço de metal fundido pelos primeiros colonizadores daquele lugar sombrio que ficava atrás do sol pôr deserto. O batimento das badaladas do relógio foram interrompidas pelas do portão, minutos depois, ouvia-se o ranger do portão a abrir, Sardinha tinha deixado o menino à porta e abandonado-o de seguida. Foi encontrado no corpo da criança um pedaço de papel escrito: -Por favor. Não tenho condições para o criar, deixo-o entregue a Deus e nas mãos dos seus seguidores, perdoai-me este acto, se Deus quiser, Guilherme será um grande homem, e que Jesus me perdoe mais uma vez… Na mesma carta deixava escrito a data de nascimento e outras informações, mas nunca a sua verdadeira origem biológica e os contornos verdadeiros que levaram ao jovem deixar ali a criança. Entre o corpo do menino, numa pequena algibeira que ficava junto ao peito, pertencente ás calças, onde os suspensórios iriam abotoar, um peno fio, em ouro, com a metade de uma medalha em forma de coração. Um coração dividido em duas partes, a parte que referente à mãe, que tinha sido retirada aquando o seu assassinato. Tinha caído aquando a luta para a retirar de dentro da viatura que, Sardinha apanhara e colocara na criança antes de ser entregue naquele início de noite.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Filhos sem Lei 6º (Capitulo)

Desde esse dia, a paixão falou mais alto, os dois jovens iniciaram o seu namoro, não logo ali, naquele dia, apesar da diferença do estrato social e económico que existia entre ambas as famílias, o amor permaneceu inabalável e intransponível.

Os dois jovens foram trocando mensagens e telefonemas, foi numa dessas mensagens por SMS que, Abel enviou a Sandra dizendo que…

- Sandra, o tempo é curto para dizer tudo o que sinto.

- Dentro do meu peito, mais não fico.

- Revelo o meu sentimento.

- Eu amo-te, minha princesa…

Sandra ao ler aquela mensagem, toda ela era felicidade, três semanas tinham passado, era estas as palavras que desejava ouvir da boca do homem que amava a cada minuto que passava.

Pelo mesmo meio, respondeu:

- Abel, homem que tanto estimo.

- Esta é a maior prova de carinho.

- Se realmente sentes esse sentimento por mim.

-Porque não dizeres ao pé de mim…

Foi assim que resolveram encontrarem-se num lugar longe dos olhares curiosos dos amigos que, partiram para uma paixão que, culminaria anos mais tarde com o casamento de ambos.

Os pais da jovem Inês, o senhor Tobias e a dona Celeste, primeiramente não viam com bons olhos o namoro entre os dois, mas tudo ficou esclarecido algum tempo depois, quando estes fizeram um ano de relacionamento.

Sandra aproveitou a data festiva para marcar um almoço na casa dos pais com a família de Abel, após muitas intermitências do seu pai, lá resolveu ceder, porque o que estava em causa era o bem-estar da sua única filha.

Por seu lado, os pais de Abel tinham algum receio de serem mal recebidos ou de serem alvos de chacota. Mateus e Assunção não estavam virados para esse lado, havia muitas perguntas sem resposta e mil interrogações.

Tudo correu bem, Tobias ficou orgulhoso pela família do jovem, pela educação dada ao suposto futuro genro, também, da parte da família de Abel, ficaram encantados pela forma como foram recebidos e como foram tratados, todos os receios e anseios foram dizimados naquele dia que marcava o inicio da história entre os dois.

Abel aproveitou o momento onde estavam reunidas as duas famílias e pediu Sandra em casamento, atitude que apanhou todos de surpresa, só a rapariga sabia das intenções do jovem, que dias antes tinha abordado o assunto, tendo a sua total permissão.

Tudo ficou bem desde esse dia, cada vez mais, o senhor Tobias convidava o jovem para passar algum tempo lá em casa, principalmente ao fim-de-semana.

Um homem com quem conversar, sempre era melhor que falar sempre com as mesmas pessoas, esposa, filha e empregados. Ao mesmo tempo permitia-lhe descobrir novas formas na área que o jovem estudava, era com fazer uma reciclagem, estar actualizado no mercado com outra visão sem segundas intenções.

As perspectivas de angariar e rentabilizar mais meios de forma que os lucros na instituição que presidia subissem, para que, também accionistas e investidores aumentassem os seus lucros.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Filhos sem Lei 5º (Capitulo)

Abel conheceu a jovem Sandra quando frequentava a faculdade de economia, e ela direito. À primeira vista, era difícil calcular que estes dois jovens, que nada tinham em comum, a não ser os destinos.

Por norma, todos os alunos das faculdades da grande Lisboa. Frequentavam, um espaço comercial e lúdico, com ponto passagem dos universitários da zona, frequentadores assíduos os pontuais naquele lugar da cidade, ou seja, nas imediações do Estádio Universitário.

O lugar era acolhedor, simpático e muito divertido, o seu proprietário tinha instalado aquele espaço comercial, convicto do enorme sucesso junto das camadas médias, ou seja, entre indivíduos na casa dos vinte e dos trinta anos.

Mas a sua localização e êxito, deveu-se ao facto, no passa a palavra, e nunca numa campanha publicitária de elevados custos monetários.

Levando com que, o espaço, fosse ponto frequente, de todas as noites, para milhares de jovens e menos jovens, tinham encontro, no “Jaguar Bar”.

Numa das suas saídas nocturnas, com o grupo de amigos que privavam mais de perto com o jovem na faculdade, naquela noite foram todos apresentados, um grupo ao outro, intermédio de uma amiga que conhecia Sandra.

Gisela morava na mesma zona que a jovem Sandra, que por sua vez, tinha grau parentesco, daí a apresentação ao grupo de amigos que seguiam com ela naquela noite.

A jovem era filha de país abastados, morava numa zona de condomínio fechado, acessível só a algumas pessoas de estrato social e económico mais elevado.

Que ficava nos arredores da capital de Portugal.

Sandra, desde aquela noite, sentira uma enorme atracção pelo jovem Abel, era notória ao grupo de amigos, como é óbvio não passou despercebido à prima de segundo grau.

A mãe de Inês era prima direita da mãe de Sandra;

Foi amor à primeira vista, pelo menos:

“Segundo alguns estudos científicos, onde muito se tem dito e escrito sobre este tema”.

Há no entanto quem acredite no amor à primeira vista, outros que afirmam ser apenas um facto ocorrido no momento, ou um simples mito.

Em todo o caso, os dois fazem sentido e são os dois pontos de vista bastante discutíveis, no entanto deixo este assunto à consideração do leitor.

A jovem Sandra denotou um enorme faxino pelo rapaz, estudante de economia, os seus olhares eram prenuncio do que provavelmente antevia num futuro próximo, mas a jovem, não era rapariga de namoriscos, com a idade que tinha, ainda nunca tinha tido um namorado nem mesmo provado o sabor da paixão.

Com os dias o interesse pelo jovem era maior, as conversas com o grupo que privava mais de perto com ela, eram mais do mesmo em relação ao jovem que conheceram.

Abel, por sua vez, estava longe de saber o interesse da jovem que conhecera naquela noite no “Jaguar Bar”.

Os amigos de vez em quando mandavam os seus piropos, só que o jovem nunca levou os mesmos à seria, por julgar tratar-se de brincadeiras dos amigos, mas no seu intimo, bem que desejava que fosse realmente verdade.

Mas a vida tem destas coisas, por destino ou não, o que fora uma saída esporádica, passou a serem saídas mais assídua naquele espaço lúdico e comercial.

Sandra passou a contactar com mais regularidade a prima Gisela, para saber pormenores sobre o jovem Abel, sem que este soubesse.

Os telefonemas da jovem para a prima começavam a tornar um hábito, num desses telefonemas, Abel notou que algo estranho estava no ar, pelos olhares comprometidos que a rapariga olhava enquanto falava ao telemóvel.

As duas jovens estavam então a marcar uma nova saída com os dois grupos, assim Abel nunca suspeitaria que estavam antecipadamente combinado.

Uma semana depois, o grupo resolveu repetir a noite da semana anterior, sendo que, Gisela, prima de Sandra, tinha tudo combinado, lá convenceu o jovem, também alguns amigos que estavam por dentro do acontecimento.

Também o namorado de Gisela, que fazia parte do grupo de Sandra, estava por dentro, como este se deslocava várias vezes à faculdade que o grupo frequentava, para apanhar a namorada, numa dessas vezes, numa amena cavaqueira, convidou-os para saírem todos juntos outra vez na sexta-feira seguinte à noite.

Assim foi, o mote estava lançado, o grupo de economia, encontrou-se à entrada do “Jaguar Bar”, onde estaria o grupo de direito, ambos os lados, encontravam-se rapazes e raparigas, grupo que, manteve suas amizades desde então para sempre.

Alguns, inclusive, também acabaram por se enamorarem, tanto de um lado como do outro, os padrinhos de casamento lado de Abel, foram antigos colegas de curso da jovem Sandra, enquanto que, do lado da jovem, foi a prima Inês e Carlos, namorado desta e colega de curso de Sandra.

Este encontro serviu especialmente para os amigos mais próximos dos dois jovens confirmarem o que andava no ar, nas suas caras era inevitável que estavam apaixonados um pelo outro, mas que, faltava o tal empurrão.

As figuras que fazemos… quando estamos apaixonados…

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

FILHOS SEM LEI (4º CAPITULO)

Muitos anos antes:

A história dos dois jovens começou a ser desenhada muitos anos antes, os dois jovens, por pura consciência eram filhos únicos tanto no casamento de Mateus e Assunção, como de Tobias e Celeste.
O jovem Abel era filho de pais de classe média-baixa. Os pais eram pessoas simples e humildes, tinham como ocupação profissional o erário públicos, tanto um como o outro trabalhavam numa escola secundária na orla ribeirinha da zona Sul.

O pai de Abel, o senhor Mateus, era vigilante, por sua vez, a mãe, dona Assunção, era auxiliar de educação na mesma escola secundária há muitos anos.
Os dois, conheceram-se naquele lugar, dona Assunção, trabalhava lá desde a abertura daquele centro escolar. Só dois anos depois, é que o senhor Mateus também para lá foi trabalhar como vigilante nocturno, por conta de uma empresa especializada na área de segurança.

Mais tarde, surgiu a possibilidade de ficar como porteiro, enquanto que ao mesmo tempo, a direcção da instituição escolar, punha término ao protocolo estabelecido com a empresa de segurança, assegurando a partir daí, esse mesmo serviço, poupando nos encargos anuais da instituição escolar.
Do matrimonio entre Mateus e Assunção, nasceu Abel, único filho, porque a vida não lhes proporcionava a criação e educação de muitos filhos.

Com as dificuldades que o país atravessava, era importante, isso assim, que o filho pudesse desfrutar duma melhor educação.
Proporcionando-lhe então a possibilidade de estudar e concluir uma licenciatura que, no futuro, pudesse viver autónomo com seus próprios rendimentos.
A vida levou-o a estudar economia, digamos que, foi a área que sempre o faxinou.!

Por sua vez, os pais de Sandra, a vida destes era muito mais tranquila e abundante.
O pai da jovem, era presidente de uma instituição bancária bastante conhecida no mercado finançeiro nacional e também internacional, cotado em bolsa nas maiores e mais importantes praças bolsistas do mundo.
Para Tobias, Sandra era a menina dos olhos!
Celeste, mãe da jovem, que abandonara a sua licenciatura de medicina, enveredando pelas belas artes, era uma pintora e escultura, bastante reconhecida pelo trabalho realizado com as suas obras.
Sandra foi criada num ambiente onde nada lhe faltava, tinha criados para tudo, sempre vivera de grande conforto, uma autêntica princesa num conto de fadas.
A jovem foi educada de uma forma completamente diferente da maioria dos jovens que moravam naquele concelho. Frequentou os melhores colégios particulares do país até completar o seu décimo segundo ano, a escolha da universidade, recaiu numa pública.

A jovem Sandra, pretendia concluir o seu doutoramento e mestrado em direito criminal, ou seja, seu sonho era seguir a profissão de Juíza numa qualquer comarca do país.
A jovem abdicou de ir estudar para o estrangeiro, estados Unidos ou Inglaterra, em faculdades privadas de renome internacional, onde já formara grandes nomes ligados ao direito criminal, estes eram os destinos mais provaveis que os pais lhe puseram à dispoçisão.
Mas, Sandra seguiu as convicções, preferindo o seu país em detrimento de uma no estrangeiro, para seguir as suas próprias peugadas.
Os anos passaram, os jovens concluíram os seus estudos, ao mesmo tempo que o amor aumentava ao passo de cada dia.
Finalmente chegara a hora do casamento entre ambos, foi divinal, mais não poderia ser de outra forma, devido ao rígido controlo dos pais da jovem Sandra, desejava que tudo fosse conforme os costumes e tradições da família.

Os dois jovens tiveram um casamento de sonho, só igualado por altas personalidades de estado ou monarquia.
Após concluir a licenciatura, Abel foi convidado pelo futuro sogro, para trabalhar na instituição bancária que presidia.

O jovem aceitou a oferta do sogro, por duas razões, primeiro, porque era a área na qual se formou, segundo, porque era a melhor forma de não depender economicamente dos pais, até puder arranjar trabalho, este convite foi a cereja no topo do bolo.
E em terceiro lugar, poderia começar desde já, a juntar algum dinheiro, de forma a preparar o futuro, o casamento estava estava a poucos passos de acontecer.
Aquando do casamento, o jovem já trabalhava na dependência bancária como caixa, ou seja, atendimento ao público como qualquer funcionário bancário á dois anos.
O casamento só ocorreu depois de Sandra ter terminar o seu doutoramento, ao mesmo tempo preparava a sua tese de mestrado. Ao longo desses dois anos, os jovens tinham adquirido um terreno onde estava edificada uma moradia bastante acolhedora aos seus olhos, como também os respectivos recheios, para depois de casarem levarem as suas vidas.
Após o casamento, o jovem Abel tivera como presente, inesperado, a possibilidade de ir gerir uma nova sucursal da instituição bancária, dependência que, iria abrir as suas portas num outro local do país, mais concretamente do lado oposto da grande Lisboa, para o concelho “Ribeira Dão”.
Por sua vez, Sandra foi colocada num tribunal da mesma zona, no concelho vizinho de “Arpão”, que fica a escassos dez minutos de casa. Era o início da sua actividade profissional, pequenos processos até estar preparada para outros voos.