sábado, 9 de outubro de 2010

12º Capitulo


Alguns anos depois:

Beatriz prepara-se para mais um dia, este era sem dúvida diferente de tantos outros que vivera. Este dia para a jovem rapariga era muito especial, as suas expectativas em volto deste momento inédito.
A jovem passou a noite sem dormir, o seu desejo era tal, que ansiava pelo romper do dia, era tal forma que, as suas pálpebras não conseguiram permanecer coladas uma à outra mais que breves instantes.
Era o grande dia, por que tanto tinha ansiado o Verão inteiro!
As aulas, o seu primeiro dia de faculdade, a mesma que um dia seu pai frequentou com grande notoriedade, o nome de família permanece ainda hoje, lá na parede do hall de entrada.
Um enorme painel, onde todos os anos são colocados azulejos com o nome e a fotografia desenhado à mão, pelos alunos de design que pintam à mão, os futuros contemplados que concluíram com sucesso e distinção os respectivos cursos.
Fernanda, naquela manhã fez acompanhar a jovem, orgulhosa e radiante, não escondia a sua satisfação por finalmente a sua linda menina ir iniciar a faculdade.
No carro seguiam Fernanda ao volante, Beatriz e a sua amiga de infância, jovem que sempre a acompanhou desde a primária, esta nova etapa nas suas vidas era o culminar dum sonho antigo.
- Mãe, até que enfim chega este dia!
- Sim filha.
- Sonhei muitas vezes que estavas a entrar por aquela porta, onde um dia o teu pai também entrou.
- Sim mãe! – O teu sonho é finalmente a minha realização.
Dina que seguia na parte de trás do Toyota Corola de Fernanda:
- Deves sentires-te muito orgulhosa!
- Claro que sim Dina.
Respondia a jovem, quase em simultâneo.
- Deve ser muito gratificante e poder passar por um lugar onde o nome do pai permanece fixo e realçado de todos os outros!
Fernanda interrompia a conversa das duas jovens:
- Vá lá meninas, um nome. – È simplesmente um nome e o seu mito.
- O importante é que não te desvies do caminho que agora vais encetar.
- Não mãe! – O nome de meu pai é e será sempre um nome entre muitos…
- Talvez um dia o meu possa também permanecer em iguais circunstâncias…
As três desferiram uma gargalhada.
Naquele dia de sol molengão, chegavam jovens vindos de todos os cantos da cidade e zonas do país, em busca do mesmo sonho, como as duas jovens protagonista da história.
Enquanto as jovens seguiam o percurso na companhia de Fernanda, chegava também um jovem que dava nas vistas por onde passava, a sua elegância fisionómica.
O jovem detinha uma componente física, que ás jovem deixava um ai de:
- Que grande pão…
O jovem para além de ter um porte atlético impressionante, detinha uma beleza que herdara da mãe, a altura do pai. Alto louro e bonito era o namorado que qualquer jovem rapariga desejava ter como companheiro.
A azáfama era enorme, como acontece no primeiro dia de aulas por todo o lado, a faculdade de economia não fugia à regra. Era uma desenfreada corrida, como quem corre para um estádio de futebol, de um clube desportivo em busca do melhor lugar.
Muito havia para resolver, horário de cada disciplina, uma visita pelos lugares faculdade para que, todos conhecessem os cantos à casa. Casa que serviria à maior parte nos próximos três a cinco anos.
O pessoal docente que leccionava naquele estabelecimento de ensino apresentava um a um todos os que compunham cada turma. Beatriz e Dina ficaram na turma do jovem que tinha feito algum furor aquando a sua chegada.
O jovem humilde, educado, também muito reservado, era na biblioteca principal que passava a maior parte do tempo, nas pausas entre aulas e depois das mesmas. A sua forma de estar despertava muita curiosidade nos restantes alunos de turma, com o tempo até os outros achavam o mesmo.
Chegava sempre mais tarde à casa onde dormia e que partilhava com outros três alunos, de outras turmas.
O jovem fazia-se acompanhar por um outro amigo, que ostentavam raízes de infância, tinham sido criados no mesmo local e frequentado as mesmas escolas e colégios.
A sua formação Académica apenas fez um desvio na amizade que unia os dois.
Beatriz despedira-se da mãe, indo esta à sua vida, o trabalho na dependência bancária que tanto adorava fazer e há muitos anos fazia. A vida de Fernanda nunca fora um mar de rosas, o amor que detinha pelo pai da sua filha era muito complicado explicar, ou digamos, difícil entender nos dias que corriam.
Fernanda mantinha um relacionamento colorido com o gerente sucursal onde trabalhava, na instituição bancária que geria. O seu amor pelo homem vinha desde os primeiros tempos quando foi admitida nas funções para as quais concorrera.
Então jovens e fogosos, Fernanda dava os primeiros passos profissionais enquanto que, o gerente desta dependência bancária era nada mais nada menos que, o genro do presidente do grupo bancário.
Homem casado e bem casado, a esposa juíza de profissão, estava prestes a ser mãe, mas, tudo acontecera entre ambos, sem que ninguém previsse ou planeasse o relacionamento ex-conjugal que o gerente manteria com a jovem secretária, diga-se de passagem tanto a esposa como a amante, não ficavam a dever nada uma à outra em beleza.
Após o desaparecimento do filho e a morte da esposa, Abel ficou completamente desorientado e à mercê da amante, que via finalmente a hipótese que tanto desejou um dia consumar.
O homem entregou-se aos braços da amante na procura de conforto, a amante aproveitou a sua grande oportunidade e, deu-lhe tudo o que mais ele queria, amor, ternura, um ombro amigo em tudo, intensificando-se cada vez mais na cama.
Deste relacionamento nascia a Beatriz, de certa maneira vinha colmatar a falta do amor que detinha pelo seu querido filho desaparecido e considerado morto. Cada dia que passava mais a tese da morte ganhava contornos reais, porque o seu corpo nunca fora encontrado, nem um único sinal de resgate.
Abel sempre foi um pai presente para a sua filha Beatriz, os sogros compreendendo o grave desgosto do genro, nunca se opuseram ao relacionamento de Abel e Fernanda, tinham na sogra, dona Celeste uma defensora, muitas vezes dizia:
- A vida continua, ele tem que refazer a vida.
- Não pode viver para sempre agarrado ao passado.
- Tem que ultrapassar mais esta etapa na vida.
- Talvez quem sabe, se…
- Realmente é o destino…

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