" As palavras não eram mais do que sons estranhos, distorcidos e esmagados pela força brutal dos indomáveis decibéis.
Em seu lugar surgia a " linguagem" provocadora e sensual de muitas mãos que denunciavam, silenciosamente, mil desejos e fantasias; que agarravam nervosamente os braços ou, em gesto mais atrevido, as ancas de alguém cujo rosto não interessava fixar ou reconhecer.
O importante era, de facto, sentir, tocar, mexer, como se de uma espécie de "manobra de reconhecimento" se tratasse, visando a conquista de "territórios" mais íntimos mas muito menos acessíveis, em circunstâncias normais".
Artur Agostinho In (ninguém morre duas vezes)
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